O ataque hacker promovido pela Coreia do Norte contra a Sony Pictures por conta do filme "A Entrevista" está se desenrolando como um conflito político internacional. Agora, chegou a vez do país asiático responder com uma declaração de possibilidade de retaliação militar.
De acordo com a agência de notícias de Pyongyang, a Coreia do Norte alega ter "evidências claras" de que a Casa Branca evolveu-se diretamente na produção do roteiro difamatório de "A Entrevista" — e, por isso, o símbolo político mais tradicional dos Estados Unidos seria um alvo de ataques militares.
O relato cita que o país foi alvo de "uma ciberguerra surpreendentemente sofisticada, destrutiva e ameaçadora" e chama o filme de "não desejado e reacionário". O país elogia os terroristas, mas alega que eles são somente simpatizantes às causas da Coreia do Norte, não encomendados pelo governo em si.
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"Nossos alvos são todas as cidades dos Estados Unidos imperialista, que têm o mais amargo rancor por parte de todos os coreanos. O exército e as pessoas da República Popular e Democrática da Coreia estão totalmente prontos para entrar em confronto com os EUA em todos os espaços de guerra, incluindo o digital, para explodir todas essas cidadelas. Nosso contra-ataque mais firme será duramente direcionado contra a Casa Branca, o Pentágono e todo o território norte-americano, que são a fossa do terrorismo", diz o comunicado.
Essa não é a primeira ameaça que a Coreia do Norte faz contra os Estados Unidos: Kim Jong-Il, pai do atual líder e ditador anteriormente no poder no país, vivia realizando testes e avisando que Washington (ou a Coreia do Sul, bem mais perto, mas que também não sofreu ataques) seria seu próximo alvo. Agora, entretanto, a situação é um pouco diferente e já mais avançada devido ao ataque digital.
Conflito mundial
Depois do cancelamento da distribuição do filme e das declarações do FBI e de Barack Obama sobre o caso (agora, ele alega que vai rever os resultados das investigações e não fala mais em ato de guerra), outros países manifestaram-se. Para começar, a China lançou um comunicado mais em cima do muro, partindo para um discurso "Deixa disso, galera!" e tentando evitar um conflito maior.
"Qualquer nação civilizada deve se opor a ataques hackers ou ameaças terroristas. Porém, um filme como "A Entrevista", que faz graça de um líder de um inimigo dos EUA, não é nada de se orgulhar para Hollywood ou a sociedade norte-americana. (...). Não importa como a sociedade dos EUA olha para a Coreia do Norte e Kim Jong-Un, Kim ainda é o líder daquele país. A zombaria viciosa de Kim é resultado apenas de arrogância e falta de senso cultural".
Já a Coreia do Sul passa por momentos de tensão. Dados de plantas de uma usina nuclear foram postados online e uma ameaça enviada ao órgão responsável exigia o desligamento de três reatores durante o Natal. O país está em uma investigação dura para descobrir a fonte desse ataque e do hack contra a Sony Pictures, que aparentemente foi obra de uma gangue local.
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