Apesar de o segmento de carros autônomos ter dado um passo importante na semana passada, quando o governo dos EUA deu o primeiro passo na montagem de uma regulação mais robusta, a indústria automotiva quer ser mais realista em relação às expectativas de quando vamos ver a chamada “revolução autônoma” acontecer de fato – e isso pode levar algum tempo: mais precisamente, pelo menos 40 anos.
A informação foi dada pelo CEO da Alliance of Automobile Manufacturers (“Aliança das Fabricantes de Automóveis”), Mitch Brainwol, que foi ouvindo em uma sessão do senado norte-americano. O argumento para todo esse tempo é que as vendas dos modelos autônomos vai demorar – os primeiros carros desse tipo deverão chegar ao mercado pra valer apenas em 2025.
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A revolução autônoma se refere diretamente aos veículos de níveis 4 e 5, de acordo com a escala SAE, e é justamente eles que o executivo diz que demorarão a tomar as ruas. “Os veículos de nível 4 que só serão controlados por um sistema automatizado de direção só começarão a surgir em 2021. A venda dos carros de nível 5, no entanto, não deve acontecer antes de 2025 ou depois”, explica.
Brainwol tem alguns dados importantes para sustentar essa posição, a AAM é um grupo que representa marcas como Ford, General Motors, FIAT Chrysler of America e BMW, responsáveis pela produção de cerca de 80% dos veículos que circulam nos Estados Unidos.
“Considerando o custo dos carros e o quanto eles duram – mais de 20% dos carros nas ruas hoje foram produzidos antes de 2002 – os carros de nível 5 só se tornarão a maioria depois de três décadas. A transição total não está projetada para acontecer por pelo menos quatro décadas, principalmente pelo fato de que, atualmente, são 260 milhões de veículos leves registrados nos Estados Unidos”, conclui.
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Ainda assim, a indústria norte-americana já começa a esticar suas pernas para o futuro que parece inevitável: a General Motors já soltou uma fornada de Chevrolet Bolts elétricos e autônomos, mostrando que já é possível a produção em massa para esse tipo de veículo. Além disso, grandes montadoras já fizeram suas parcerias com serviços de ride-sharing para acelerar suas pesquisas.
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Outro ponto é que diversos países estão depositando nos autônomos a esperança de que os números de acidentes e fatalidades relacionadas a carros sejam reduzidas brutalmente.
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