Supernovas podem ser resultado de uma série de explosões nucleares de estrelas, sugere nova pesquisa conduzida por físicos teóricos nos Estados Unidos. De acordo com o trabalho publicado na revista Physical Review Letters, o Universo pode estar repleto de pequenas bombas atômicas naturais, responsáveis por gerar uma reação fundamental para o surgimento do fenômeno.
Esse tipo de evento astronômico ocorreria no último estágio evolutivo de anãs brancas, pequenos astros — quentes e densos — remanescentes de estrelas, compostos principalmente por matéria degenerada. À medida que ocorreria a decomposição de “flocos de neve de urânio”, o material radioativo cristalizado se tornaria mais instável e desencadearia uma fissão nuclear, semelhante à detonação de bombas atômicas.
Dessa forma, trata-se de uma nova proposta para explicar a origem de supernovas, até então relacionada à proximidade entre uma anã branca e uma estrela companheira. “Acreditava-se que as anãs brancas tinham uma estrela companheira, pois não se sabia como ela poderia explodir de outra maneira”, disse à Vice Charles Horowitz, professor de Física da Universidade de Indiana e líder do estudo.
Explosões de supernovas fariam parte do último ciclo de vida de anãs brancas
Apesar de isso ainda ser uma hipótese, os cientistas destacam que estudar essas reações marca uma nova etapa na compreensão do ciclo de vida de corpos celestes e da expansão do Universo. Para comprová-la, eles precisam encontrar evidências de que os flocos de neve de urânio realmente desencadeiam as explosões.
“A próxima etapa mais importante é fazer com que nossos colegas que fazem simulações de supernova tentem colocá-la em um código e ver se esses pequenos flocos de neve podem ficar quentes o suficiente para iniciar uma reação de fusão. Ainda há muito trabalho a ser feito”, comentou Matt Caplan, professor de Física da Universidade Estadual de Illinois.
“Os cristais de urânio não seriam puros e provavelmente incluiriam chumbo e tório. Além disso, haveria uma estrutura formada por actinídeos e elementos leves [como carbono e oxigênio]”, destacou Caplan. Todo o calor e a energia produzidos a partir da fissão faria com que esses compostos se fundissem, resultando em um estado supercarregado, como uma bomba de hidrogênio. Nesse ponto, ele afirma que uma supernova “obliteraria completamente a estrela”.
)
)
)
)
)
)
)
)
)
)
)
)
)