menu
Logo TecMundo
Ciência

Brasil é aceito como membro associado pelo conselho do CERN

Senado ainda deve ratificar acordo feito pelo governo brasileiro para se tornar membro do principal centro de pesquisas físicas do mundo

Avatar do(a) autor(a): Everton Lopes Batista

24/09/2021, às 12:01

Brasil é aceito como membro associado pelo conselho do CERNFonte:

Imagem de Brasil é aceito como membro associado pelo conselho do CERN no tecmundo

O conselho do CERN (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear) aceitou, nesta sexta-feira (24), por unanimidade, o Brasil como membro associado. Agora, o Senado deve ratificar o acordo que o governo brasileiro está fechando com a instituição europeia.

A informação foi confirmada pelo diretor do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), o físico Ronald Cintra Shellard.

Um dos principais centros de pesquisa do mundo, o CERN é um centro de tecnologias complexas para o estudo das partículas que constituem a matéria e a chamada física de altas energias. É ali que está o LHC (Grande Colisor de Hádrons), o maior acelerador de partículas do mundo. No campo da física, o CERN é considerado a principal instituição científica no mundo.

CERNO Globo da Ciência e Inovação no CERN, em Genebra, na Suíça (créditos: Dominionart/Shutterstock)

Como país associado, o Brasil poderá expandir ainda mais sua atuação no centro de pesquisas e terá acesso a oportunidades de colaboração industrial e tecnológica.

Segundo o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), mais de cem cientistas brasileiros usaram as instalações do CERN para suas pesquisas somente no ano de 2019. Os brasileiros, atualmente, usam o CERN por meio de um acordo de cooperação internacional.

“A entrada do Brasil como membro associado vai significar mais regularidade e previsibilidade para os aportes de recursos para a ciência, isso vai ter impacto no desenvolvimento de instrumentação científica e na inovação", diz Shellard, que trabalhou no CERN no início dos anos 90.  

“Quando os físicos estudam buracos negros ou a interação da matéria, na prática avançam no desenvolvimento da instrumentação [para realizar os experimentos], e a indústria se beneficia muito disso", afirma Shellard.

Segundo o físico, o novo status do Brasil no CERN pode abrir portas para que empresas nacionais aprendam mais e sejam capazes de receber e ajudar a desenvolver tecnologias criadas no centro de pesquisas.  

Em agosto deste ano, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, havia visitado a instituição, que tem sua sede em Genebra, na Suíça. Desde 2010, o CERN aceita que países não europeus possam se tornar membros associados, e a missão brasileira teve o objetivo de estreitar os laços com a rede de pesquisa.

Segundo Shellard, a comunidade científica brasileira vem trabalhando para essa inclusão há cerca de 11 anos.

Criado em 1953, o CERN conta com 23 países membros e sete membros associados, incluindo Índia e Ucrânia. Hoje, Chipre, Estônia e Eslovênia estão em estágio de pré-filiação, status que o Brasil também deve receber após a finalização do acordo.



Jornalista, é editor de Ciência no TecMundo desde 2021.

local_mall

Ofertas TecMundo

Atualizado há 1 dia
forum

E você, o que tem a dizer?