Um dos satélites da Starlink quase foi atingido por uma espaçonave chinesa lançada na última terça-feira (9), de acordo com informações da SpaceX. O incidente envolveu o foguete Kinetica-1 da CAS Space, que transportava uma série de satélites para a órbita terrestre.
Segundo a empresa de Elon Musk, a nave que partiu do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na região noroeste da China, passou “raspando” em um equipamento da rede de internet via satélite, chegando a cerca de 200 m dele. Ambos estavam a 560 km de altitude.
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SpaceX critica falta de compartilhamento de dados
A não divulgação de informações sobre o posicionamento da espaçonave chinesa que quase colidiu com um satélite da Starlink seria a causa do problema, conforme a companhia americana, que criticou a falha por meio do vice-presidente de Engenharia, Michael Nicolls. Ele se pronunciou em postagem no X, na sexta-feira (12).
- “Quando os operadores de satélites não compartilham as efemérides de seus satélites, aproximações perigosamente próximas podem ocorrer no espaço”, apontou o porta-voz;
- Na sequência, ele comentou que a falta de compartilhamento de dados da trajetória do equipamento da CAS Space chegou perto de causar uma colisão de alto risco, resultando em uma grande nuvem de detritos;
- “A maior parte do risco de operar no espaço decorre da falta de coordenação entre os operadores de satélites — e isso precisa mudar”, ressaltou;
- Segundo Nicolls, o satélite envolvido no incidente é o Starlink-6079 (56120).
Para evitar colisões, os satélites da SpaceX possuem a capacidade de ajustar a rota automaticamente, desviando de objetos em sua trajetória. No entanto, é necessário ter as informações sobre o posicionamento de tais equipamentos para que o sistema de segurança entre em ação.
Somente no primeiro semestre deste ano, eles fizeram cerca de 145 mil manobras do tipo, como aponta o Space.com, evitando inúmeras colisões. Isso representa quatro mudanças de rota por satélite, a cada mês, ao longo do período.
Empresa chinesa se defende
Também em mensagem divulgada no X, a CAS Space comentou que o incidente se deu cerca de 48 horas após a separação da carga útil, quando a missão já havia sido concluída “há muito tempo”. Ela também disse ter procurado a SpaceX em busca de mais detalhes.
“Todos os lançamentos espaciais da CAS selecionam suas janelas de lançamento usando o sistema de consciência espacial baseado em terra para evitar colisões com satélites/detritos conhecidos. Este é um procedimento obrigatório”, esclareceu.
Atualmente, mais de 24 mil objetos são monitorados em órbita terrestre baixa, entre satélites e detritos espaciais, cerca de 76% a mais do que em 2019. Estima-se que o número chegue a 70 mil até 2030.
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