Pesquisadores do Centro de Combate ao Terrorismo descobriram em fóruns do ISIS um manual de 34 páginas em que os membros do grupo terrorista são orientados a tomar algumas medidas de segurança para que suas mensagens não sejam interceptadas e identificadas.
Aaron Batley, um dos responsáveis pela investigação, diz que todo o conteúdo já foi traduzido do árabe para o inglês e que fornece um quadro mais claro para o rastreamento de dados.
O manual foi originalmente escrito há mais de um ano pela empresa de segurança Cyberkov (do Kuwait), mostrando a jornalistas e ativistas políticos que fossem a Gaza como proteger as suas identidades. O guia traz um compilado de orientações sobre como manter as comunicações digitais e os dados locais privados, além de trazer vários exemplos de aplicações que podem ser utilizadas – como o browser Tor e os chats criptografados do Telegram.
Além disso, o Gmail só é tido como seguro se for utilizado com o Tor, em redes privadas e com credenciais falsas. Entre outras informações, as aplicações do Android e iOS só são indicadas se também forem utilizadas pelo Tor e se o GPS estiver desativado. O guia também diz que o ideal é utilizar celulares como o Cryptophone e o BlackPhone, conhecidos por oferecerem maior proteção aos dados.
Os mais e os menos seguros
O WhatsApp, Facebook e Instagram são ferramentas, por exemplo, bastante desaconselhadas, dado o histórico que possuem com vazamentos de informações. Skype, Snapchat e o Hangouts da Google também caem na mesma classificação. Por outro lado, o iMessage e o FaceTime da Apple foram categorizados como a melhor opção do mercado de massa – embora não existam evidências de que os membros do ISIS utilizem iPhones em suas comunicações.
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Contudo, não existem grandes surpresas nesses documentos, já que tais informações são utilizadas por ativistas de direitos humanos, grupos de jornalistas, repórteres que protegem suas identidades etc. O que chama atenção é o fato de a ISIS ter estudado guias do tipo profundamente, já que os dados são atualizados com as vulnerabilidades mais recentes encontradas em apps e softwares diferentes.
Batley diz que não foram encontradas informações que levem a crer que o PlayStation 4 possa ser utilizado para tais comunicações, como foi cogitado anteriormente. De acordo com o investigador, o Telegram está entre os principais meios de comunicação entre os membros do ISIS graças ao alto nível de criptografia que detém. Recentemente, o próprio Telegram baniu mais de 70 canais relacionados ao Estado Islâmico, como noticiamos aqui no TecMundo.
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