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Ex-funcionários acusam Kaspersky de criar falsos positivos [atualizado]

Companhia nega as afirmações que indicam que ela usou tal prática ilegal durante mais de uma década

Avatar do(a) autor(a): Felipe Gugelmin Valente

14/08/2015, às 13:06

Ex-funcionários acusam Kaspersky de criar falsos positivos [atualizado]

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Nesta sexta-feira, ex-funcionários da Kaspersky acusaram a empresa especializada em softwares antivírus de criar falsos positivos com o intuito de assustar a concorrência. Segundo eles, o procedimento era conhecido por um grupo seleto de funcionários e foi adotado por nada menos que 10 anos.

Os antigos empregados afirmam que a companhia “enganava” as concorrentes, fazendo com que elas considerassem como infectados arquivos que na verdade eram benignos. Os principais alvos eram a Microsoft Corp, a AVG Technologies NV e a Avast Software, entre outras rivais da área.

Alguns dos ataques a concorrentes eram ordenados pelo cofundador Eugene Kaspersky, em parte como uma espécie de “retalhação” contra rivais que estariam “copiando” seu software. Ambas as fontes falaram com a Reuters de forma anônima, afirmando fazer parte de um pequeno grupo de pessoas que sabia do procedimento.

A Karspersky Lab negou as acusações, afirmando que nunca conduziu nenhuma atividade secreta com o intuito de fazer com que seus concorrentes gerassem falsos positivos. “Tais ações vão contra a ética, são desonestas e sua legalidade é no mínimo questionável”, afirmou a companhia.

Posicionamento da Kaspersky 

Ao contrário do que foi alegado em notícia publicada pela Reuters, a Kaspersky Lab nunca realizou qualquer campanha secreta para enganar os concorrentes e gerar falsos positivos para danificar suas posições no mercado. Também jamais criou qualquer vírus com essa ou qualquer outra finalidade, conforme afirmam algumas matérias que traduziram erroneamente para o português o texto da Reuters, que não fala em vírus, mas em falsos positivos.

Tais ações são antiéticas, desonestas e ilegais. Acusações feitas por ex-funcionários anônimos descontentes, dizendo que a Kaspersky Lab, ou seu CEO, estavam envolvidos nestes incidentes são sem mérito e falsas. Como membro da comunidade de segurança, a empresa compartilha seus dados de inteligência e IOCs (indicadores de comprometimento) de ameaças avançadas com outros fornecedores, e também recebe e analisa as informações fornecidas por eles.

Embora o mercado de segurança seja muito competitivo, essa troca confiável é uma parte crítica da segurança global de todo o ecossistema de TI, e a Kaspersky Lab luta arduamente para ajudar a garantir que ela não seja comprometida ou corrompida.

Em 2010, a Kaspersky Lab conduziu um experimento único fazendo o upload de 20 amostras de arquivos não maliciosos para o VirusTotal multi-scanner, o que não causaria falsos positivos, já que esses arquivos eram absolutamente limpos, inúteis e inofensivos.

Após a experiência, a empresa tornou o fato público e forneceu todas as amostras utilizadas para a imprensa para que todos pudessem testá-las. O objetivo do experimento foi chamar a atenção da comunidade de segurança para o problema da insuficiência de detecção baseadas em multi-scanners quando os arquivos são bloqueados só porque outros fornecedores os detectaram antes como sendo maliciosos, sem exame real da atividade de arquivo (comportamento).

Após essa experiência, a companhia debateu com a indústria de antivírus sobre esta questão e foi entendido que ela estava alinhada em todos os pontos principais.

Em 2012, a Kaspersky Lab foi uma das empresas afetadas por uma fonte desconhecida, fazendo o upload de arquivos ruins para o VirusTotal, o que levou a uma série de incidentes com detecções falso-positivas. Para resolver este problema, em outubro de 2013, durante a Conferência Virus Bulletin em Berlim, houve uma reunião privada entre os principais fornecedores de antivírus para trocar informações sobre os incidentes, descobrir os motivos por trás deste ataque e desenvolver um plano de ação. Ainda não está claro quem estava por trás desta campanha.



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Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.