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Empresária de 24 anos lidera startup apelidada de Xiaomi do Japão

Empresa japonesa UPQ desenvolve dispositivos eletrônicos há apenas dois meses e já mostra que pode botar medo em seus concorrentes chineses

Avatar do(a) autor(a): Rafael Farinaccio

14/08/2015, às 13:22

Empresária de 24 anos lidera startup apelidada de Xiaomi do Japão

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Após a ascensão das empresas chinesas fabricantes de dispositivos móveis e uma grande diversidade de outros produtos eletrônicos, o Japão tem ficado para trás no mercado. Mesmo empresas grandes, como a própria Sony, já não apresentam mais o sucesso e a liderança na categoria como aconteceu nos anos 1980 e 1990. Muito disso deve-se às burocracias trabalhistas e econômicas da Terra do Sol Nascente e ao envelhecimento dos desenvolvedores de produtos.

A empresa UPQ foi fundada há dois meses no Japão por Yuko Nakazawa, uma mulher de apenas 24 anos de idade.

Entrando na onda das gigantes chinesas que estão revolucionando o mercado de smartphones, tablets, TVs e outros produtos eletrônicos desenvolvendo aparelhos inovadores, baratos e comercializando-os diretamente com os clientes, a empresa UPQ (que se pronuncia “âp-quiu”) foi fundada há dois meses no Japão por Yuko Nakazawa, uma mulher de apenas 24 anos de idade e que também é CEO da startup que ganhou a alcunha de “Xiaomi japonesa”.

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Pequeno prodígio

No pouco tempo após a fundação da UPQ no começo de junho, 24 produtos já estão à venda no site oficial da marca, sendo que desses apenas 3 não são eletrônicos de consumo. Segundo a CEO da empresa, o grupo teve ideia para mais de 100 dispositivos, mas reduziram o número para obter um line up mais conciso. Suas criações vão desde um smartphone que não usa SIM Card até uma câmera no melhor estilo GoPro pra atividades mais radicais.

Yuko Nakazawa entrou para o mundo dos eletrônicos aos 17 anos, quando se tornou desenvolvedora de produtos da Casio, trabalhando com smartphones, câmeras e afins. Após a fusão das divisões de celular da Casio e da Hitachi com a NEC, a garota pediu as contas em 2012 e, um ano depois, a empresa decidiu abandonar o mercado de dispositivos móveis por estar “muito atrasada em relação aos concorrentes estrangeiros”.

Nakazawa resolveu juntar uma equipe e participar de uma maratona de programação desenvolvendo uma “marmita inteligente” com design moderno e funções eletrônicas.

Após ter aberto um café em Akihabara, Nakazawa resolveu juntar uma equipe e participar de uma maratona de programação desenvolvendo uma “marmita inteligente” com design moderno e funções eletrônicas que chamou a atenção do ministro japonês da economia, comércio e indústria com produção custeada pelo programa Frontier Makers.

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De cafés a smartphones

Daí para a própria startup foi um passo, apesar da jovem ainda ter cogitado voltar para o café que gerenciava. Com ajuda de parceiros que conheceu na feira SXSW Interactive, no Texas, ela fundou a UPQ logo depois de se formar na faculdade em março desse ano.

O smartphone que é o carro-chefe da UPQ chama-se A01 e possui processador quad-core, tela de 4,5 polegadas e funciona com Android 5.1 Lollipop. Apesar de especificações humildes quando comparado com máquinas como o iPhone 6 ou o Galaxy S6, o A01 custa apenas ¥ 14,5 mil, cerca de R$ 404.

A UPQ também fabrica uma TV de 50 polegadas 4K, uma câmera de ação tipo a GoPro com 14 megapizels e full HD e um tripé estabilizador para câmeras e celulares de até 5,5 polegadas.

Um pouco de tudo

Além do celular, a UPQ também fabrica uma TV de 50 polegadas 4K, uma câmera de ação tipo a GoPro com 14 megapizels e full HD, um tripé estabilizador para câmeras e celulares de até 5,5 polegadas entre várias outras coisas inovadoras, interessantes e baratas.

Em um futuro não tão distante, a UPQ pode ter condições de bater de frente com suas concorrentes asiáticas, como a Xiaomi ou a OnePlus. Resta esperarmos para ver onde vai chegar a genialidade da jovem empreendedora japonesa.



Editor do The BRIEF. Há mais de 10 anos na NZN, Fari é historiador, apaixonado por ciências e tecnologia, e grande admirador das obras de J.R.R. Tolkien.