menu
Logo TecMundo
Ciência

Stephen Hawking quer criar nave capaz de chegar perto da velocidade da luz

Projeto feito em conjunto de diversos empresários bilionários propõe uma nanossonda que pode chegar até Alpha Centauri em apenas duas décadas

schedule13/04/2016, às 09:20

Se você achava que Stephen Hawking e o bilionário russo Yuri Milner iam parar em seu projeto de 100 milhões de dólares para encontrar extraterrestres, é melhor pensar de novo. Em um anúncio oficial, a dupla afirmou ter mais um plano incrivelmente ambicioso: lançar uma nave capaz de alcançar Alpha Centauri – nosso Sistema Solar vizinho localizado a “apenas” 4 anos-luz de distância –, ainda dentro de nosso tempo de vida.

Parece loucura? Nem tanto, na verdade.

A novidade foi revelada durante uma conferência feita pelo grupo Breakthrough Starshot, cujo quadro de executivos inclui figurões como Mark Zuckerberg, além de Milner e Hawking. Durante uma apresentação feita ontem (12), a companhia lançou a iniciativa Project Starshot, que tem como objetivo construir uma “nanonave” ultraleve, movida por uma vela especial, capaz de atingir velocidades maiores do que qualquer outro veículo já feito.

E quão absurdas seriam as velocidades alcançadas por essa minúscula sonda? De acordo com a empresa, ela será capaz de chegar a até 160 milhões de quilômetros por hora. Isso equivale a 20% da velocidade da luz, o que, por sua vez, significa que a viagem até Alpha Centauri levaria aproximadamente 20 anos.

Sim, ainda é um longo tempo de espera. Mas isso nem se compara ao que teríamos de aguardar em uma viagem feita com uma espaçonave atual, que é mais de mil vezes mais lenta.

undefinedO sistema de Alpha Centauri pode ser o mais próximo de nós, mas ainda está a uma distância inacreditavelmente grande para nossas tecnologias, que mal alcançam o fim de nosso próprio Sistema Solar

Nem de longe uma coisa de ficção científica

O mais impressionante disso tudo é que criar algo assim não é algo completamente impensável. Segundo Milner, boa parte da tecnologia necessária já existe; o resto, por sua vez, não está muito distante de ser alcançado.

A vela da nave, por exemplo, é uma lightsail – uma vela que usa o “sopro” da luz para se deslocar. Esse conceito pode parecer algo completamente alienígena, mas é na verdade a mesma tecnologia presente em naves ativas no espaço.

Para ser impulsionada, a sonda contará com a ajuda de um conjunto poderoso de lasers instalados na Terra, capazes de gerar 100 Gigawatts de força. Pense que isso é tanta energia quanto aquela usada no lançamento de um ônibus espacial, mas sendo exercida em um objeto incrivelmente menor.

undefinedQuando pronta para operar, a nanonave deve ter uma aparência semelhante a essa

Apesar de ser pequena o suficiente para caber na palma da mão, a nave vai contar com um conjunto de tecnologias essenciais para a exploração desse sistema. Entre eles, teremos câmeras, equipamentos de navegação e comunicação, propulsores de fótons e, é claro, uma fonte de energia para carregar tudo isso.

Um projeto ambicioso, ainda assim

Não pense, contudo, que esse é um plano completamente perfeito. Além das tecnologias que ainda precisam ser desenvolvidas para a criação da nanosonda, é praticamente impossível prever com perfeição uma viagem tão longa – quem dirá então criar um caminho sem riscos de que a sonda seja “abatida” no meio do trajeto.

“O espaço entre aqui e Alpha Centauri não é vazio”, disse o físico Freeman Dyson durante o evento. “Há milhares de objetos entre eles”, continuou ele, citando o maior risco da viagem.

Tão complicado quanto isso, vale notar, é conseguir criar um sistema de comunicação que possa transmitir informações para nós de distâncias tão absurdas (e preferencialmente sem termos que esperar anos para cada nova mensagem).

A Terra é um lugar maravilhoso, mas ela pode não durar para sempre. Cedo ou tarde, nós teremos que nos voltar para as estrelas

Para Stephen Hawking, no entanto, essa viagem não é uma questão simplesmente de explorar o espaço, mas de nos levar um passo à frente de levar a humanidade para além do nosso planeta. “A Terra é um lugar maravilhoso, mas ela pode não durar para sempre. Cedo ou tarde, nós teremos que nos voltar para as estrelas. A Brekthrough Starshot é um primeiro passo bastante animador nessa jornada”, declarou.

Você acha que a humanidade vai ser capaz de desbravar o espaço ainda neste século? Comente no Fórum do TecMundo


local_mall

Ofertas TecMundo

Atualizado há 1 dia
forum

E você, o que tem a dizer?