Já ouviu falar na expressão “quebrar a Internet”? Normalmente dizemos isso quando há um acesso muito grande em uma página ou um conteúdo viral tomou conta do noticiário e das redes sociais — ao ponto da audiência “explodir” a capacidade da web aguentar tanta gente “falando sobre a mesma coisa no mesmo lugar”. A frase, claro, é uma brincadeira.
Mas… Será que existe alguma coisa que realmente possa desligar nossas conexões involuntariamente e “quebrar a Internet”? Mostramos abaixo algumas das situações em que, sim, isso é possível, mas não exatamente da maneira que você possa pensar.
1. Cabos aéreos e subterrâneos
)
A “espinha dorsal” da internet é uma central que liga as operadoras aos servidores externos. Os backbones podem fazer a conexão entre diferentes Estados, países e continentes e estão em instalações subterrâneas, aéreas ou via cabos submarinos.
As aéreas, muito utilizadas no Brasil, são mais baratas e também mais suscetíveis a rompimentos por conta de temporais, descargas elétricas ou acidentes de trânsito. Qualquer uma dessas coisas provavelmente vai causar uma queda de conexão na região.
2. Backbones submarinos
)
Para compartilhar as informações com os computadores do mundo todo, faz-se necessária essa grande “rodovia intercontinental”, pavimentada por meio de cabos com milhares de quilômetros de extensão.
Quando um desses backbones é comprometido fisicamente — no caso de um tubarão comer o cabo ou um navio se ancorar no lugar errado, por exemplo — há grandes chances de você ficar sem conexão ou com navegação lenta na área atingida.
3. Intervenção do governo
)
Com princípio semelhante, o governo de um país pode vetar e/ou controlar o fluxo de dados nos backbones, como vemos na Coreia do Norte, na China e no Egito. Em regimes menos rígidos, fica difícil “apertar um botão e desligar a internet”, mas em países onde há um grande monitoramento sobre a distribuição da conexão é possível você restringir muito o acesso à web — e até completamente.
4. DNS das operadoras
)
Seria muito difícil memorizarmos os endereços numéricos de cada página da web e para isso serve o DNS (Domain Name System). Ele é quem “traduz” as frases que usamos nas caixas de texto dos navegadores para os IP (Internet Protocol), que é a identidade do local que queremos acessar.
O DNS faz isso localmente e também externamente, que é onde pode ocorrer o problema: se estiver indisponível ou for sabotado, você pode ficar sem conexão ou ter um acesso mal direcionado.
5. Queda de servidores
)
Como sabemos, os servidores são computadores de alta potência que controlam o acesso de uma determinada rede à web. Ainda que o processo de comunicação tenha avançado bastante — ao ponto de não estarmos mais tão dependentes o tempo todo do funcionamento dessas máquinas —, o desligamento das mesmas pode nos deixar na mão.
Há soluções de sistema para evitar que isso aconteça e ações de emergência para restabelecer o sinal e a alimentação adequada, mas não deixa de ser uma possibilidade de “quebra de internet”.
6. Ataque por negação de serviço
)
Também chamado de DDoS (Distributed Denial of Service), é uma tentativa invasão massiva, realizada por diversos hackers, para tentar tornar os recursos do sistema indisponíveis. A ofensiva é baseada em múltiplos acessos a uma determinada página, com o objetivo de sobrecarregar o servidor web da mesma.
7. ICANN
)
- Leia também: Como tirar o Yahoo do Google Chrome?
O ICANN (ou Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números) é uma entidade sem fins lucrativos ligada aos Estados Unidos responsável pela alocação dos endereços do Protocolo da Internet. Ela é quem define as terminações dos domínios de maior nível hierárquico, a exemplo de “.br” para o Brasil.
Como o código está em 13 computadores e a máquina principal fica nos Estados Unidos, pode-se dizer que os únicos que possuem o poder de “desligar a Internet” são os ianques — como bem explica Hartmut Glaser, secretário executivo do Comitê Gestor da Internet (CGI).