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TikTok vai responder na Justiça por morte de menina em "desafio" nos EUA

Plataforma foi acusada de ter participação direta na tragédia por causa do algoritmo de recomendação

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

29/08/2024, às 14:20

Atualizado em 29/08/2024, às 14:19

A plataforma TikTok terá que se defender na Justiça em um processo envolvendo a morte de uma criança. O caso aconteceu nos Estados Unidos e pode marcar uma mudança na forma com que redes sociais respondem judicialmente sobre acusações criminais.

A história envolve o trágico falecimento de uma menina de 10 anos chamada Nylah Anderson, que estava fazendo o "blackout challenge", um dos vários desafios que já foram mais populares no TikTok e também resultaram em tragédia. Neste em específico, que viralizou em 2021, usuários se filmavam sufocando a si mesmos até desmaiar.

O caso já é antigo e parecia estar arquivado, mas foi retomado em um tribunal de recursos da cidade da Filadélfia. A juíza Patty Shwartz determinou que o TikTok não é isento de culpa e vai seguir com o processo, mas ainda não há data definida para que o processo siga adiante.

Do que o TikTok é acusado?

Normalmente, de acordo com uma seção do conjunto de leis Communications Decency Act de 1996 dos EUA, plataformas digitais não são culpadas pelo conteúdo publicado por terceiros. Dessa forma, o TikTok não poderia ser considerado responsável pela morte.

Porém, o processo cita que a rede social e a desenvolvedora chinesa ByteDance estão diretamente envolvidas. O argumento é de que a jovem teria visto o desafio apenas porque o algoritmo personalizado de recomendação da rede social mostrou o conteúdo para ela — se envolvendo diretamente na curadoria e, portanto, na responsabilidade sobre os vídeos.

Caso a ByteDance perca a ação judicial, esse pode ser um marco na forma com que redes sociais são tratadas no país em processos sobre conteúdos nocivos. 

O TikTok pode ser responsabilizado pela primeira vez nos EUA por seu conteúdo.
O TikTok pode ser responsabilizado pela primeira vez nos EUA por seu conteúdo.

Além disso, o TikTok ainda encara o banimento nos EUA, que está cada vez mais próximo de acontecer e parece difícil de ser revertido a não ser que ele seja vendido a representantes locais. Até o momento, a companhia não se pronunciou oficialmente sobre o caso.



Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.