O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está supervisionando pessoalmente a possível compra do TikTok no país. O político e empresário alega que foi contatado por vários interessados e deve em breve anunciar uma decisão sobre o futuro da rede social.
De acordo com a Reuters, Trump confirmou em entrevista coletiva que "conversou com muitas pessoas" e que "há grande interesse no TikTok" dentro do país. A plataforma tem pouco menos de 90 dias para encontrar um novo dono, reverter a lei de suspensão nos EUA ou ser banido de operar na região.
"Um grande número de pessoas falou comigo sobre comprá-lo, pessoas bem importantes, e eu vou tomar essa decisão provavelmente nos próximos 30 dias. (...) Se nós conseguirmos salvar o TikTok, será uma coisa boa", afirmou Trump.
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Até agora, ao menos dois grupos diferentes foram especulados como interessados na compra da rede social. Um deles envolve MrBeast, o atual youtuber com o maior número de inscritos no mundo, ao lado de investidores anônimos. O segundo inclui empresas de capital de risco que já possuem uma fatia do TikTok nos EUA e também a Oracle.
A empresa de serviços de infraestrutura seria a responsável por processar e armazenar os dados de usuários no país, acabando com a polêmica em torno das acusações de que o app é um risco à segurança nacional. Larry Ellison, cofundador e CEO da Oracle, é bem próximo ao presidente, mas ainda não comentou o caso. A companhia já tem algumas parcerias de segurança com o app chinês.
O "vai e vem" do TikTok nos EUA
O TikTok foi suspenso nos EUA após a aprovação de uma medida iniciada no Congresso e sancionada pelo então presidente Joe Biden. Durante algumas horas, o app saiu do ar e foi removido das lojas digitais de Android e iOS.
Entretanto, Trump garantiu que reverteria o processo ou encontraria uma solução, o que fez a desenvolvedora ByteDance colocar a plataforma novamente para funcionar no país. Curiosamente, o político foi o primeiro a aprovar o banimento do TikTok ainda em 2020, mas mudou de ideia na última eleição presidencial após usar a rede social na campanha.
Porém, a plataforma perdeu todas as tentativas de reverter o banimento no Judiciário, o que impede Trump de simplesmente reverter a lei. Atualmente, são cerca de 170 milhões de usuários do TikTok nos EUA — com parte deles até temporariamente migrando para o RedNote, um rival chinês com interface parecida, só para não ficar sem uma plataforma de vídeos curtos na vertical.
Apesar de ter preferido a suspensão a negociar a plataforma em um primeiro momento, a ByteDance agora estaria interessada em vender o TikTok e manter uma fatia dos negócios. O que ainda não foi definido é se as operações globais ou somente estadunidenses do serviço seriam comercializados e trocariam de dono — Trump citou que "gostaria que os EUA tivessem 50% da fatia" de uma eventual divisão entre os acionistas.
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