menu
Tecmundo
Produto

Cientistas desenvolvem memória RAM com formato de gelatina

Dispositivos se destacam por trabalhar bem mesmo em ambientes com muita umidade. Compatibilidade com sistemas biológicos deve permitir usar os dispositivos em seres vivos.

Avatar do(a) autor(a): Felipe Gugelmin Valente

15/07/2011, às 05:44

(Fonte da imagem: Universidade Estadual da Carolina do Norte)

Pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte desenvolveram um dispositivo de memória macio e capaz de funcionar de forma eficiente em ambientes líquidos. Segundo o Dr. Michael Dickey, coautor do trabalho que descreve a invenção, a novidade possui propriedades físicas semelhantes a de gelatinas.

Protótipos do dispositivo ainda não foram otimizados para armazenar quantidades de memória significativas, mas se mostraram eficientes em ambientes que seriam danosos a aparelhos fabricados de forma tradicional. A invenção é construída a partir de uma liga líquida dos metais gálio e índio, inserida dentro de um gel que tem como base a água, semelhante ao recurso usado em pesquisas biológicas.

A possibilidade de utilizar a invenção em ambientes repletos de água, e a biocompatibilidade do gel utilizado abrem diversas possibilidades de uso futuro. A mais promissora delas é a capacidade de inserir dispositivos em seres vivos, criando sistemas que interagem com células, enzimas e técnicas. Dickey afirma que “tais propriedades podem ser usadas em sensores biológicos ou para criar ferramentas de acompanhamento médico”.

Memórias do futuro

A novidade funciona como um verdadeiro memristor (combinação de memória e resistor), apontado pelos pesquisadores como uma possível segunda geração de tecnologias para memórias. Os componentes individuais da memória em forma de gelatina possuem dois estados, um que conduz eletricidade e outro em que tal propriedade é desligada.

Tais estados podem ser mudados de forma a representar os números 0 e 1 utilizados na linguagem binária. Para evitar que o dispositivo se tornasse resistivo à eletricidade, os cientistas responsáveis pelo projeto “doparam” um dos lados do gel utilizado com um polímero que impede a formação de superfícies oxidadas estáveis. Assim, ao menos um eletrodo sempre se mantém condutivo, garantindo a capacidade de armazenar dados.

O trabalho que descreve a descoberta foi disponibilizado no dia 4 de julho através do site Advanced Materials. Até o momento, a novidade permanece um experimento restrito a laboratórios, e não há previsão de quando uma tecnologia do tipo deve começar a ser empregada de forma efetiva na construção de computadores.



Avatar do(a) autor(a): Felipe Gugelmin Valente

Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.