Na semana passada, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos enviou uma carta de inquérito à Microsoft, alertando a companhia de que seu compromisso de dobrar o número de líderes negros em seu quadro de funcionários pode vir a justificar a contratação de pessoas com base na etnia. Em meados do ano, após a morte de George Floyd, a gigante tecnológica publicou que iria reforçar sua política de diversidade racial.
Dev Stahlkopf, vice-presidente corporativo da Microsoft, respondeu ao governo com um longo texto, explicando, entre outros pontos, que a empresa contrata e promove as pessoas mais qualificadas, e que motivar a diversidade racial no quadro de funcionários não impacta negativamente seus principais objetivos.
Satya Nadella, CEO da Microsoft.
Ordem executiva contra política de diversidade racial
Em setembro, Trump já havia emitido uma ordem executiva, banindo a teoria racial crítica e treinamentos sobre o preconceito étnico de agências federais e organizações que recebem incentivos públicos, o que inclui muitas universidades, assim como diversas empresas de tecnologia.
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Para a administração Trump, esse tipo de treinamento usa “pressão coercitiva sutil para garantir conformidade de ponto de vista”, além de discutir a diversidade com foco na culpa. Como resultado, inúmeras instituições de ensino e companhias passaram a descartar o treinamento antipreconceito, a fim de evitar o descumprimento da ordem.
No início de outubro, a Universidade de Yale foi processada, acusada de discriminar candidatos brancos e asiáticos.
Mais recentemente, o Escritório de Gestão e Orçamento vem encorajando órgãos federais a revisar o material de treinamento de diversidade, e abandonar termos como “privilégio branco”, “interseccionalidade”, “racismo sistêmico” ou “preconceito inconsciente”.
O que incomoda o governo Trump?
Ao contrário do que se pensa, a política de diversidade racial das Big Techs do Vale do Silício não parece surtir efeito a ponto de incomodar a gestão Trump.
Em quatro anos – de 2014 a 2018 –, Facebook, Google, Apple e Microsoft divulgaram, cada uma, que a porcentagem de seus funcionários negros aumentou menos de 1%.
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