Por mais que os Estados Unidos estejam na dianteira quando o assunto é inteligência artificial, a China vem em uma crescente com seus novos modelos de linguagem. Uma reportagem da CNBC aponta a ascensão chinesa com essa tecnologia, mesmo com todos os embargos tecnológicos por parte dos EUA.
Para alavancar seu poderio de inteligência artificial, diversas empresas chinesas estão desenvolvendo novas e poderosas LLMs (Grandes modelos de linguagem). Esse é o mercado recurso usado por gigantes como a OpenAI para treinar o ChatGPT, mas as LLMs chinesas tem um diferencial importante: elas funcionam no formato open-source.
Tecnologias open-source são consideradas abertas, ou seja, onde qualquer desenvolvedor pode baixar, utilizar e customizar para seu uso próprio ou corporativo. Um dos motivos para a utilização desse formato é que mais desenvolvedores têm acesso às tecnologias, ajudando a desenvolver uma comunidade em torno daquele produto.
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Em conversa com o site, um sócio na firma de consultoria global DGA Group, Paul Triolo, entende que os chineses têm interesse em ajudar na democratização global da IA.
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“As empresas chinesas gostariam de ver seus modelos usados fora da China, então esta é definitivamente uma maneira [modelos open-source] das empresas se tornarem participantes globais no espaço da IA”, comenta Triolo.
Popularização massiva de modelos chineses
Segundo o engenheiro de machine learning da Hugging Face, Tiezhen Wang, a maioria das LLMs baixadas na plataforma são de origem chinesa. Muito popular nessa área, o Hugging Face é uma rede que funciona como repositório para diversos modelos de linguagem open-source, onde desenvolvedores podem procurar essas tecnologias para criar ou melhorar seus produtos.
Dentre os destaques, Wang cita o Qwen, uma família de LLMs criada pelo grupo Alibaba. O engenheiro revela que essa tecnologia tem se popularizado pelo desempenho elevado em benchmarks, e um sistema de licenciamento bem favorável, que permite sua utilização em diversas empresas sem tanta burocracia.
A tecnologia pode ser usada como um grande modelo de linguagem, ou um modelo menor, para quem não precisa de tanto poder. O DeepSeek R1, da DeepSeek, é outro modelo popular, que compete principalmente contra o o1 da OpenAI, a tecnologia mais racional da empresa.
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Essas companhias acreditam que seus modelos podem competir diretamente com as tecnologias da OpenAI e Meta. “No ano passado, vimos o aumento de contribuições chinesas de código aberto para IA com desempenho realmente forte, baixo custo de serviço e alto rendimento”, explica um sócio da Lux Capital à CNBC.
Os investimentos para a expansão dessas LLMs não são poucos. Especialistas apontam que as empresas chinesas acreditam nesses modelos gigantescos como o futuro da tecnologia.
O aparente sucesso dessas empresas é fruto de outros setores, como o mundo do hardware. Com os embargos tecnológicos impostos pelos EUA, que impedem empresas como a Nvidia de enviarem aceleradores ao país, os chineses precisaram desenvolver soluções caseiras e atualmente tem poder computacional suficiente para trabalhar nos projetos.
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