O vice-presidente Geraldo Alckmin criticou a nova política de conteúdo da Meta. Na visão do governante, a retirada das ferramentas de checagem de fatos "é um retrocesso", pontuou em entrevista à Rádio Eldorado feita nesta quinta-feira (09).
"Não é possível você ter plataformas, você ter órgãos de comunicação de presença global, sem responsabilidade, sem responsabilização", pontuou Alckmin. "Não pode desinformar as pessoas, não pode mentir, difamar, precisa ter responsabilidade; o convívio em sociedade tem direitos e deveres", continuou.
As novas políticas de conteúdo da Meta foram anunciadas nessa terça-feira (07) pelo CEO da empresa, Mark Zuckerberg. Dentre as mudanças, o executivo mencionou a substituição de ferramentas de verificação de fatos pelo uso de algo similar às "Notas da Comunidade" presente no X, antigo Twitter.
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Neste primeiro momento, as novas diretrizes das plataformas da empresa se aplicam exclusivamente aos Estados Unidos. Contudo, o assunto preocupa o governo brasileiro, uma vez que Zuckerberg mencionou a atuação de "tribunais secretos" de censura na América Latina.
"Eu acho que a regulamentação da questão das fake news pelo Congresso Nacional e a postura do Judiciário são necessários em defesa da sociedade", disse Alckmin. "[A mudança] é um retrocesso, já era feita a checagem dos fatos em benefício àquele que é informado", continuou.
Durante o discurso, o vice-presidente também elogiou a fala do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que defendia o respeito às leis locais. "Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF, ambos já demonstraram que aqui é uma terra que tem lei", disse o magistrado.
Quais são as novas políticas da Meta?
Em publicação feita nas redes sociais da empresa, Mark Zuckerberg prometeu "reduzir drasticamente a censura" em suas plataformas. A ideia é "voltar às raízes da liberdade de expressão" e "simplificar" a classificação de conteúdo, segundo o executivo.
Dentre as mudanças previstas, Zuckerberg menciona a simplificação das políticas de conteúdo, agora sem restrições radicais contra tópicos denominados controversos, como gênero e imigração. A empresa continuaria com mecanismos automáticos para restrição de conteúdo, porém inteiramente voltados para temas considerados mais graves, como terrorismo, abuso sexual infantil e cibercrimes.
Não há previsão para a aplicação das novas regras no Brasil, tampouco a confirmação de que a matriz nacional seguirá o mesmo princípio.
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