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Novo monitoramento do Pix não mira pequenos empresários, alerta Receita Federal

As novas regras de fiscalização do Pix têm gerado preocupação em pequenos empresários. Secretário da Receita Federal explicou objetivo das novas regras; veja!

Avatar do(a) autor(a): Carlos Palmeira

13/01/2025, às 19:50

Atualizado em 13/01/2025, às 16:21

Novo monitoramento do Pix não mira pequenos empresários, alerta Receita Federal

A Receita Federal defendeu que as novas regras de monitoramento de transações financeiras via Pix não miram os pequenos empresários. De acordo com a entidade, a ideia das novas normas é justamente mirar quem transaciona a partir de volumes mais altos.

“É exatamente o contrário, a gente não tem nem condição de fiscalizar dezenas de milhões de pessoas que movimentam valores baixos. A gente quer é automatizar isso para poder melhor orientar esse tipo de contribuinte a se regularizar, por exemplo”, afirmou Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal em entrevista ao g1.

Se referindo aos micro e pequenos empreendedores, o secretário disse que não “tem nem sentido a Receita Federal ir para a fiscalização repressiva nesses casos”.

PixA Receita Federal mira "peixes grandes" com a nova fiscalização. (Imagem: Rmcarvalho/Getty)

Exemplificando a ação, ele disse que a Receita poderá sugerir a abertura de um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) caso a pessoa não tenha um CNPJ.

Barreirinhas ainda contou que pequenos comerciantes não são os responsáveis pelos grandes casos de sonegação. Por causa disso, o monitoramento das transações não só via Pix, mas também via cartão de crédito, vai mirar quem movimenta cifras que ultrapassam os 5 dígitos.

“[A fiscalização] vai pegar, por exemplo, uma pessoa que tem um salário de R$ 10 mil e gasta R$ 20 mil todo mês no cartão de crédito durante dois, três anos seguidos. Isso pode chamar alguma atenção. Vai chamar a pessoa para se explicar? Ainda não, você vai cruzar outras informações”, pontuou.

Nova fiscalização gera polêmica

Desde 1º de janeiro de 2025 o Brasil tem novas regras de fiscalização de transações financeiras. A partir deste ano, bancos, fintechs e operadores de cartão vão informar semestralmente à Receita Federal transações que ultrapassem, no período de um mês, R$ 5 mil (para pessoas físicas) e R$ 15 mil (para empresas).

A nova regra foi definida pela Instrução Normativa (IN) RFB nº 2219/2024. Além da mudança dos valores (anteriormente, transações acima de R$ 2 mil por pessoas físicas que eram fiscalizadas), o novo regimento afetou carteiras eletrônicas e fintechs.

Ou seja, desde o começo do ano serviços como PicPay, 99Pay e startups do setor financeiros também precisam repassar à Receita Federal os dados de movimentações por Pix e cartão de crédito de pessoas físicas que superaram o valor de R$ 5 mil no período de um mês.

 Receita FederalA fiscalização de movimentação financeira já existia nos anos anteriores. (Imagem: Rmcarvalho/Getty Images)

A novidade foi alvo de várias fake news e até mesmo chegou a ser divulgado que o Pix seria tributado. Por causa disso, diversos comerciantes e pequenos empresários chegaram a parar de aceitar pagamento via Pix.

Para tentar contrapor a reação, o Governo Federal emitiu um comunicado dizendo que não taxaria o Pix e a Receita Federal chegou a fazer um programa de perguntas e respostas sobre o assunto.



Paulistano, corintiano e pedestre desde 1993. Jornalista formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, escrevo sobre games, tecnologia, ciência e cultura pop. Fã de Red Hot Chili Peppers e apaixonado por maracujá, pão de queijo e rap.