Neste momento, o setor financeiro brasileiro vive uma de suas fases mais estratégicas com a consolidação do Open Finance. Atualmente, por exemplo, o sistema já contabiliza mais de 60 milhões de consentimentos ativos e mais de 40 milhões de clientes (pessoas físicas e empresas), de acordo com informações disponíveis no Dashboard do Cidadão, no site Open Finance Brasil.
Regulamentado há quatro anos pelo Banco Central, o modelo vem representando uma ruptura no formato tradicional de atuação das instituições financeiras com uma nova lógica de funcionamento, pautada pela abertura, interoperabilidade e pelo protagonismo do consumidor no uso de seus próprios dados. Essa virada de chave não é apenas tecnológica, mas também está redefinindo os papéis e as responsabilidades de todo o ecossistema financeiro.
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Em 2025, o Open Finance vai evoluir com foco em personalização, novas funcionalidades e maior adoção por parte do mercado. Expectativas incluem a JSR (Jornada Sem Redirecionamento) mais robusta, com o Pix por aproximação, e a expansão da portabilidade de crédito, especialmente para produtos sem garantia.
Paralelamente, a padronização global das mensagens bancárias, por meio do SWIFT ISO 20022, traz um novo marco para a interoperabilidade internacional, com exigência de conformidade até novembro de 2025. Embora essas mudanças representem oportunidades, também propõem desafios significativos, sobretudo para instituições de médio e pequeno porte, que precisam acelerar sua modernização.
Para apoiar essa evolução, a WSO2 tem atuado ativamente com soluções que facilitam a adoção do Open Finance e o cumprimento de novas normas, como a campanha recém-lançada focada na modernização dos meios de pagamento.
Mais um aspecto importante nessa jornada é a adoção de outros padrões tecnológicos que permitam maior conexão entre sistemas legados e soluções modernas. O uso de microsserviços, por exemplo, tem se mostrado eficaz para facilitar a modularização de funções, reduzir a complexidade das atualizações e garantir que diferentes aplicações se comuniquem de forma fluida por meio de APIs bem definidas.
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Esse modelo também favorece a incorporação progressiva de tecnologias emergentes, como inteligência artificial, que podem atuar na recomendação de produtos, detecção de fraudes e análise preditiva de comportamento financeiro.
O desenvolvimento de soluções baseadas em inteligência artificial (IA), aliás, representa um dos grandes diferenciais competitivos do Open Finance. A tecnologia será essencial para o seu avanço em 2025. APIs padronizadas, combinadas com IA generativa e machine learning, viabilizarão a criação de serviços financeiros altamente personalizados e eficientes.
Ao analisar volumes massivos de dados transacionais, de forma ética e em conformidade com as normas de privacidade, algoritmos inteligentes podem identificar padrões, antecipar demandas e oferecer insights valiosos tanto para instituições quanto para usuários finais.
Para os próximos anos, essas tendências devem se intensificar. A IA será cada vez mais integrada a todas as etapas do desenvolvimento, desde o design até a manutenção, com linguagens grandes (LLMs) incorporados diretamente às IDEs (Integrated Development Environments), oferecendo assistência contextual e geração de código avançada.
No Brasil, a implementação do Open Finance ocorre em sintonia com a agenda regulatória e com a crescente digitalização da sociedade. Ela exige uma mudança cultural nas organizações, o amadurecimento dos consumidores em relação à gestão de seus dados financeiros e o avanço da conectividade criam um terreno fértil para a consolidação desse novo modelo.
Ao mesmo tempo, o ecossistema financeiro precisa seguir investindo em padrões abertos e estratégias sólidas de segurança cibernética para atender à regulação, garantir a sustentabilidade e confiabilidade do sistema como um todo. É nesse novo ambiente que ferramentas open source, práticas avançadas de governança e soluções com foco em segurança e IA se tornam não apenas diferenciais, mas elementos essenciais para o sucesso.