A fabricante HP é mais uma empresa a sentir no bolso os efeitos das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a importação de produtos vindos da China. A companhia divulgou um novo relatório fiscal que menciona especificamente essas cobranças como consequência de resultados abaixo do esperado.
De acordo com o anúncio de ganhos do segundo trimestre do ano fiscal de 2025, o lucro esperado pela própria companhia e pelo mercado ficou abaixo do esperado, o que significa também uma diluição reduzida desse valor para os acionistas.
Ela ainda disse que reajustou as expectativas de lucro para o atual ano fiscal, além de tomar medidas que ajudem ela a se recuperar totalmente dos novos gastos até o final deste período, que termina no fim de outubro deste ano. Como resultado da divulgação, as ações da HP chegaram a cair 15% no fim desta quarta-feira (28).
Apesar da má notícia, a companhia também anunciou uma receita total de US$ 13,22 bilhões (ou cerca de R$ 74,7 bilhões em conversão direta de moeda) para o período — valor alto e até mesmo acima do que foi projetado inicialmente por analistas.
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Em segmentos, a divisão de Sistemas Pessoais (que inclui notebooks e desktops) registrou um aumento de 7% nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior, ou seja, entre fevereiro e abril. Já o setor de Impressão caiu 4%.
Como as tarifas de Trump impactam a HP
- De acordo com a HP, as tarifas crescentes e mais altas do que o esperado impostas pelos EUA contra a China adicionaram um custo não previsto pela companhia aos produtos da empresa;
- A companhia atualmente fabrica boa parte dos aparelhos que são vendidos nos EUA na própria China, o que significa um imposto para cada dispositivo que é enviado para comercialização;
- Como forma de reduzir esses custos, a HP já começou a aumentar a produção em outros países que devem contar com impostos em uma porcentagem abaixo do país asiático. As regiões incluem Vietnã, Tailândia, Índia, México e nos próprios Estados Unidos, com as alterações com previsão de serem concluídas até junho;
Para além da HP, outras companhias já se manifestaram pelo mesmo motivo. A intensificação da guerra comercial com a China e as mudanças constantes nas decisões de Trump têm gerado mudanças em preços ou em relatórios fiscais.
Empresas como a Foxconn já confirmaram que vão adotar um tom de "cautela em meio a incertezas" por causa das tarifas, enquanto a Acer praticamente dá como certo o aumento no preço de eletrônicos nos EUA. Já a Apple, que até foi ameaçada diretamente com tarifas exclusivas, por enquanto tem evitado conflitos com Trump
Futuros lançamentos, como iPhone 17 e Galaxy S26, também podem sofrer um acréscimo no valor final — dependendo de quanto as fabricantes repassarão desses gastos ao consumidor e de quanto elas mesmas absorverem, correndo o risco de redução nos lucros.
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