O empresário Elon Musk fez novas e ousadas previsões para o futuro da Tesla e a importância dos robôs da empresa para os próximos anos. O bilionário falou nesta quarta-feira (22) do futuro da empresa durante uma conversa com investidores após a divulgação de resultados fiscais nada empolgantes no último trimestre.
Os robôs humanoides Optimus foram o foco da conferência. Musk citou que eles têm "o potencial de ser o maior produto de todos os tempos" e que serão "cirurgiões incríveis". Até o momento, ele apareceu em vídeos fazendo movimentos como dobrar roupas e dançar, além de interagir com a ajuda remota de humanos.
Ele não entrou em detalhes sobre quais seriam as habilidades ou aplicações específicas neste caso, mas indicou que seria necessário "ter certeza de que o Optimus é seguro e tudo mais". "Mas eu realmente acho que estamos nos encaminhando para um mundo de abundância sustentável", garante.
Ao falar sobre os robotáxis da companhia, que ainda estão em fase experimental nos Estados Unidos, o empresário citou que o impacto deles "será como uma onda de choque" para os muitos investidores e consumidores ainda céticos sobre o veículo.
Para além do transporte rápido e de uma máquina que faz tarefas manuais simples, a combinação deles pode trazer benefícios para toda a humanidade — ao menos segundo o empresário. Sem novamente detalhar como os produtos chegariam a tal ponto, ele alega que poderemos "criar um mundo em que não há pobreza, onde todos têm acesso ao cuidado médico de maior qualidade".
A conversa com investidores serviu ainda para Musk reforçar a importância da aprovação de um novo pacote de bônus ao CEO que pode chegar a US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5 trilhões na cotação atual). Com esse pagamento, que inclui maior controle acionário da própria Tesla, ele diz que estaria confortável para "construir um exército de robôs".
As promessas de Musk
Falas ambiciosas e promessas vagas já são tradicionais para quem acompanha as falas de Musk. Ao longo dos anos, ele já citou avanços e datas que não se cumpriram, incluindo:
- fazer uma viagem tripulada até Marte e estabelecer uma colônia no planeta usando foguetes da SpaceX até 2024 (agora a previsão é para até 2030, mas também dificilmente será cumprida);
- que todos os carros da Tesla desde 2016 teriam capacidades autônomas completas de direção (Full Self Driving) sem supervisão humana, algo ainda longe de acontecer;
- ter uma enorme quantidade de unidades vendidas do Cybertruck no período de pré-venda: a picape elétrica foi um fracasso comercial, além de sair mais de dois anos após o prometido;
- transformar o X, antigo Twitter, em um "app para tudo" que incluiria ser uma espécie de praça pública digital até oferecer "serviços bancários";
- fazer uma revolução fiscal no governo dos Estados Unidos a partir do DOGE, um departamento que durou poucos meses; ele "enxugou" bem menos gastos do que o prometido e foi um risco para a privacidade da população;
E os carros elétricos?
Para além das falas ambiciosas, outro ponto da conversa que se destacou foi a ausência de detalhes sobre o futuro dos carros elétricos da Tesla. Na conferência, Musk e outros executivos desviaram do assunto ao serem questionados sobre novos produtos — indicando que veículos para consumidores talvez já não sejam a prioridade.
O relatório fiscal da Tesla teve resultados mistos. Por um lado, ela apresentou uma receita recorde que foi 12% superior ao mesmo período do ano passado. Por outro, o lucro despencou 31% e esse já é quarto trimestre consecutivo em que ele fica abaixo do previsto.
As vendas da Tesla estão em baixa em especial neste ano e em várias partes do mundo, com a maior concorrência de marcas chinesas e a atuação política de Musk, que até gerou protestos em lojas da montadora.
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