A indústria da inteligência artificial (IA) generativa está hoje em um estágio misto de empolgação com desconfiança. De um lado, os investimentos altos, as ferramentas cada vez melhores e as promessas de aumento de produtividade.
Do outro, há falas cada vez mais frequentes sobre uma possível bolha no setor e as constantes preocupações sobre as questões ambientais geradas pelo crescimento. E essas questões tiveram início em especial com a chegada do ChatGPT.
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Há três anos, o chatbot da OpenAI chegava ao mundo para espantar e preocupar muita gente, além de tornar IA um item quase obrigatório no planejamento de quase qualquer empresa. A seguir, relembre o rápido impacto dessa ferramenta, o que ela já enfrentou de polêmicas e o que esperar dela para os próximos aniversários.
O fenômeno do ChatGPT
O ChatGPT foi lançado oficialmente em 30 de novembro de 2022. Neste período, ele ainda operava como research preview, ou seja, uma fase experimental e mais voltada para testes.
Ele já era baseado no grande modelo de linguagem GPT-3.5, que por bastante tempo foi o padrão do serviço. Mas a história da OpenAI é bem mais antiga: ela nasce como um laboratório de pesquisa ainda em 2015, mas passa anos desenvolvendo os sistemas e treinando a principal criação.
O impacto do lançamento foi imediato e, em poucos meses, ele se consolida como a primeira IA de linguagem amplamente acessível ao público. Ao mesmo tempo, ele faz com que várias empresas de tecnologia corram para desenvolver algo parecido.
Em pouco tempo, até quem não se considera entusiasta de tecnologia passou um tempo conversando, brincando ou pedindo respostas ao ChatGPT. Desde o começo, ele já era capaz de entregar artigos ou poemas, fazer cálculos matemáticos e responder questões variadas, mesmo sem uma base de dados muito atualizada.
Já no primeiro ano, a plataforma ganha novidades importantes, como aceitar prompts que incluam materiais de imagens, áudios e voz para além do texto. Isso é melhorado em maio de 2024 com o GPT-4o, um modelo ainda mais avançado que permitia até interações usando apenas a voz do usuário e do próprio robô.
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Ainda em 2024, o serviço ganha recursos como a versão ChatGPT Pro, com limites mais amplos para conteúdos e acesso prévio às novidades do modelo, além de uma loja com GPTs otimizados e customizados pela comunidade.
No fim do ano, ele ainda lança o Sora, uma IA generativa de vídeos que espanta pela capacidade, e um buscador em tempo real que começou a tirar o sono até mesmo da Google.
Agora em 2025, a expansão da ferramenta continuou. Em abril, ele ganha um recurso embutido de criação de imagens bem superior ao já existente Dall-E 3. Já em agosto sai o GPT-5, que é o atual modelo mais inteligente e rápido, com capacidades avançadas de raciocínio e conversação.
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Expandindo para além do chatbot acessado via site ou aplicativo, a plataforma em outubro é adicionada no Atlas, um novo navegador web, além de se transformar também em um agente de IA que faz tarefas automatizadas no seu PC.
ChatGPT em números
- De acordo com dados de outubro de 2025, o ChatGPT tem mais de 800 milhões de usuários ativos por semana — em março, o número era de "apenas" 500 milhões;
- O Brasil está entre os três países que mais usam o ChatGPT no mundo: são mais de 50 milhões de usuários ativos mensalmente, atrás de Estados Unidos e Índia;
- São 18 bilhões de mensagens enviadas no ChatGPT por semana, ou cerca de 29 mil interações por segundo;
- Ao todo, a OpenAI acumula 4 milhões de desenvolvedores em mais de 200 países usando a API da OpenAI integrada, além de mais de 20 milhões de assinantes pagantes;
- Escrita e comunicação são os setores mais populares da plataforma (usados por 20% dos brasileiros), incluindo criação de e-mails, textos e materiais profissionais. No trabalho, a maioria dos pedidos envolve modificar textos (como edição, crítica ou tradução);
- Em programação, 6% dos usuários nacionais já usam o ChatGPT para vibe coding e ciência de dados;
- Além disso, 44% das micro, pequenas e médias empresas já utilizam IA generativa para tarefas de atendimento ao cliente e automação de processos até criação de conteúdos.
Polêmicas e problemas
Ao longo dos três anos de vida, porém, o ChatGPT e a dona OpenAI também se envolveram em questões controversas — várias delas ainda não resolvidas ou que crescem na medida em que a popularidade do serviço também disparou.
Um dos pontos mais delicados envolve direitos autorais. O ChatGPT possivelmente foi treinado com conteúdos da internet e de materiais como livros, sites, imagens e vídeos protegidos por direitos autorais, mas sem qualquer autorização ou compensação aos detentores. Processos sobre o tema ainda estão em andamento em várias partes do mundo.
O uso da plataforma como uma amizade virtual e até confidente também já é considerada um problema. O chatbot já foi acusado por várias famílias de viciar usuários que lidavam com problemas de saúde mental e ser negligente quando o assunto suicídio era mencionado, levando até a algumas tragédias.
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Apesar desses e outros problemas, o ChatGPT segue como uma das referências no setor, mas tem também nomes como Google Gemini, Meta AI, Claude e Perplexity como alguns dos concorrentes — todos surgidos após a explosão inicial da ferramenta da OpenAI.
Você chegou a usar o ChatGPT logo no começo? O que acha da ferramenta hoje? Conte a sua experiência para o TecMundo em nosso perfil no Instagram!
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