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Atuar numa empresa de quilometragem rodada como a Microsoft não deve ser tarefa fácil. Ainda mais quando o cargo ocupado requer tanta responsabilidade – estamos falando da função de um CEO. Steve Ballmer passou seu bastão a Satya Nadella, que afirmou não ser nada fácil ter nomes como Ballmer e Gates para pressionar o exercício da referida função.
Em sua primeira entrevista como CEO ao The New York Times, o executivo recém-chegado destacou aspectos de gerenciamento que envolvem cultura e estilo, o papel de Bill Gates e outros detalhes. Afinal de contas, o cargo já foi ocupado por Steve Ballmer e pelo próprio Gates.
“Bill é a pessoa analítica mais rigorosa. Ele é sempre muito bem preparado, e nos primeiros cinco segundos de conversa, ele encontra alguma falha lógica em algo que mostrei a ele”, contou o novo executivo, explicando que se “sentiu intimidado” nos primeiros encontros com Gates.
No entanto, Nadella explicou que, apesar da pressão psicológica, tanto Gates quanto Ballmer aceitam oposições e argumentos a algo que foi dito a eles. “Tanto Bill quanto Steve compartilham isso [o debate de ideias]. Eles fazem um teste de pressão com você. Eles testam sua convicção”, afirmou.
Gates e Nadella trabalhando juntos em futuros produtos
Os dois executivos trabalharão de forma muito próxima em futuros produtos, mas o novo CEO não acredita que a mudança seja aplicada de forma brusca, uma vez que os dois vêm trabalhando juntos há mais ou menos nove anos.
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“Uma das coisas mais fantásticas que apenas Bill consegue fazer dentro do campus é deixar todo mundo empolgado em trazer ‘o’ produto. É simplesmente um dom natural”, declarou Nadella.
A reinvenção da Microsoft
Por fim, Nadella disse que está com um foco grande em descobrir uma maneira de gerenciar “apenas” 130 mil funcionários e levar a Microsoft ao caminho da inovação e da reinvenção, uma tarefa que nunca é fácil para uma empresa tão rodada no mercado, ainda mais em se tratando da cultura Microsoft.
“Qualquer estrutura organizacional atual é irrelevante porque nenhuma competição ou inovação vai respeitar os limites”, ponderou.
É claro que Nadella não deve pôr em prática mudanças bruscas na rotina da empresa, mas as alterações devem fazer efeito no longo prazo. “Quando você tem um negócio de US$ 70 bilhões, algo que vale US$ 1 milhão pode parecer irrelevante, mas esse valor pode justamente ser o elemento mais relevante no qual estamos trabalhando”, completou.