No final impactante da segunda temporada de The Last of Us, a última cena nos oferece um contraste intrigante com o caos e a violência que marcaram o episódio. Abby, após momentos de tensão e brutalidade, é vista desperta em um momento tranquilo, deitada em um sofá, com um livro repousando sobre sua barriga. Esse detalhe discreto, mas carregado de simbolismo, é um aceno sutil e inteligente que conecta o universo de The Last of Us a outro gigante da televisão: Game of Thrones.
O livro em questão, intitulado Thieves of the City, não existe na realidade, mas carrega um significado profundo. Trata-se de uma invenção dos roteiristas, uma referência direta e bem-humorada a City of Thieves, de David Benioff. Ou seja, embora com título e autor fictícios, o livro lido por Abby na série faz referência à obra que inspirou os criadores do jogo original.
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Outra curiosidade também chamou atenção dos fãs: no mundo da TV, David Benioff é mais conhecido como um dos cocriadores de Game of Thrones, ao lado de D.B. Weiss.
A escolha do livro como elemento final na cena de Abby não é apenas uma homenagem ao escritor e ao romance que influenciou The Last of Us, mas também um elo metafórico entre duas produções que marcaram a HBO – cada uma à sua maneira – por seus personagens complexos e reviravoltas dramáticas.
Livro City of Thieves inspirou The Last of Us
A obra City of Thieves, ambientada durante o cerco de Leningrado na Segunda Guerra Mundial, narra a jornada de dois jovens enviados em uma missão aparentemente banal, mas repleta de perigos e horrores. A conexão dessa narrativa com The Last of Us é evidente: ambos exploram os laços humanos forjados em meio a ambientes implacáveis e a moralidade que se desfaz sob o peso da sobrevivência.
Essa semelhança inspirou Bruce Straley, diretor do jogo original, a considerar o livro como um modelo para construir a relação emocional entre os personagens Joel e Ellie, assim como entre Abby e Lev na segunda parte do jogo.
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Na série, a mudança do título do livro para Thieves of the City e a criação de um autor fictício se explicam pela linha do tempo alterada na adaptação televisiva. Com o surto de infecção deslocado para 2003, a publicação real do livro, que ocorreu em 2008, se tornaria impossível dentro do universo da série.
Assim, a equipe criativa optou por essa brincadeira interna, que ao mesmo tempo mantém a referência e se adapta à cronologia do enredo. Essa escolha funciona não apenas como um detalhe curioso, mas como uma pista do que virá a seguir: a introdução de Lev, um personagem central na história de Abby.
Lev, cuja trajetória se entrelaça com a de Abby no jogo, carrega ecos do protagonista homônimo do romance original de Benioff. Ambos enfrentam missões quase impossíveis em cenários de guerra e desolação, forjando um laço inesperado. A inclusão do livro na cena final de Abby prepara o terreno para a chegada de Lev e sua irmã Yara na terceira temporada da série, prometendo expandir ainda mais o universo emocional e moral de The Last of Us.
Além do livro, a conexão com Game of Thrones vai além da homenagem literária. Pedro Pascal, intérprete de Joel, e Bella Ramsey, que vive Ellie, já haviam marcado presença no universo de Westeros antes de estrelarem The Last of Us. Pascal foi o inesquecível Oberyn Martell, enquanto Ramsey conquistou os fãs como a destemida Lyanna Mormont.
Há também o envolvimento de Craig Mazin, showrunner da série da HBO, que contribuiu com sugestões para o piloto de Game of Thrones, e de Mark Mylod, diretor veterano de ambos os universos.
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