A nova minissérie da Netflix, O Monstro de Florença, chegou no streaming e reacendeu o interesse do público por um dos casos criminais mais sombrios e intrigantes da Itália. Entre 1968 e 1985, uma série de assassinatos brutais abalou a região da Toscana, deixando pelo menos 16 vítimas — sempre casais assassinados em locais isolados, conhecidos como “estradas dos amantes”.
Em quatro episódios, a trama acompanha a longa e conturbada investigação policial que tentou identificar o responsável pelos crimes, que envolviam tanto disparos de arma de fogo quanto mutilações cometidas com faca. Filmada nos arredores de Florença, a produção dramatiza uma história real que, até hoje, desperta dúvidas e teorias.
Mas afinal, o “Monstro de Florença” foi realmente capturado? Apesar de décadas de investigações e diversos suspeitos condenados, o verdadeiro autor — ou autores — dos crimes nunca foi identificado de forma definitiva.
Entenda, a seguir, o que se sabe sobre o caso e quem foram os principais acusados.
O caso real por trás da série da Netflix
O termo “Monstro de Florença” foi cunhado pela imprensa italiana nos anos 1980, quando a polícia percebeu que uma sequência de assassinatos ocorridos desde 1968 apresentava um mesmo padrão. As vítimas eram sempre casais jovens atacados enquanto buscavam privacidade em locais afastados.
As armas usadas — principalmente uma pistola calibre .22 e uma faca — mostravam uma ligação direta entre os crimes. Com o tempo, a investigação se tornou uma das mais longas e controversas da história criminal da Itália, gerando pânico na população e intensa cobertura da mídia.
A nova série da Netflix se aprofunda exatamente nesse período, explorando não apenas os assassinatos, mas também os erros, suspeitas e teorias que marcaram o caso, que segue repleto de mistérios até hoje.
Primeiros suspeitos e o início das prisões
O primeiro crime registrado aconteceu em 1968, quando Barbara Locci e seu amante, Antonio Lo Bianco, foram assassinados. O principal suspeito foi Stefano Mele, marido de Locci, que acabou condenado em 1970.
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No entanto, anos depois descobriu-se que a mesma arma usada no crime apareceu em assassinatos posteriores — cometidos enquanto Mele estava preso.
Isso fez a polícia suspeitar de uma rede mais complexa de envolvidos, levando à chamada “trilha sarda”, que mirava antigos amantes e parentes de Mele, todos originários da Sardenha.
A “trilha sarda” e os novos suspeitos
Durante os anos 1980, os investigadores prenderam diversos homens ligados a Barbara Locci, incluindo Francesco Vinci e seus parentes. A hipótese era de que o assassino teria origem sarda e estaria ligado a um círculo de conhecidos da primeira vítima.
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Porém, mesmo com vários suspeitos detidos, os assassinatos continuaram. Isso levou à libertação de todos os envolvidos na “trilha sarda” e à busca por novas linhas de investigação.
Em 1994, a polícia voltou suas atenções para Pietro Pacciani, um lavrador com histórico de violência e condenações por estupro e homicídio. Ele foi acusado de matar sete dos oito casais e chegou a receber 14 sentenças de prisão perpétua.
O julgamento, amplamente transmitido pela TV, chocou o país. Pacciani negava as acusações, afirmando: “Estou aqui como Cristo na cruz.”
Em 1996, ele foi absolvido por falta de provas, e um novo julgamento foi marcado — mas o suspeito morreu em 1998 antes de ser julgado novamente.
O grupo dos “Snack Buddies”
Após a morte de Pacciani, a polícia passou a acreditar que ele não agira sozinho, e sim com um grupo conhecido como os “Snack Buddies” — apelido que surgiu porque os homens alegavam se reunir apenas para comer petiscos em bares.
Dois de seus supostos cúmplices, Mario Vanni e Giancarlo Lotti, foram condenados em 1998 após Lotti confessar envolvimento nos crimes. Entretanto, seu depoimento continha inúmeras contradições.
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Lotti foi condenado a 30 anos de prisão (posteriormente reduzidos para 26), e Vanni recebeu prisão perpétua. Ambos morreram na década de 2000, mas isso não colocou fim aos mistérios do Monstro de Florença.
O envolvimento de Francesco Calamandrei e teorias ao longo dos anos
Uma das últimas teorias da polícia apontava para a existência de uma seita satânica ou sociedade secreta que teria contratado Pacciani e seus comparsas. Um farmacêutico, Francesco Calamandrei, chegou a ser julgado em 2008 sob a acusação de envolvimento, mas acabou absolvido por falta de provas.
Outro nome mencionado foi o do médico Francesco Narducci, encontrado morto em 1985, logo após o último assassinato atribuído ao “Monstro”. Nenhuma ligação concreta, porém, foi comprovada, deixando o caso em aberto.
Com o passar dos anos, surgiram teorias ainda mais surpreendentes. Uma delas sugeria que o “Monstro de Florença” seria o mesmo criminoso que atuou nos Estados Unidos como o “Zodiac Killer”, famoso por aterrorizar a Califórnia no fim dos anos 1960.
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Em 2017, o jornalista Francesco Amicone alegou ter identificado o assassino como Joseph Bevilacqua, um ex-soldado americano que viveu na Itália. A investigação, contudo, foi encerrada em 2021 por falta de evidências.
Caso continua sem solução até hoje
Apesar de mais de 50 anos de investigações, dezenas de suspeitos e múltiplos julgamentos, o verdadeiro “Monstro de Florença” nunca foi identificado com certeza. O caso foi reaberto em diferentes momentos — o mais recente nos anos 2000 — e ainda desperta o interesse de jornalistas e especialistas em criminologia.
Em 2022, familiares das vítimas pediram que as provas fossem reanalisadas com novas tecnologias forenses, mas o mistério permanece sem respostas. Agora, com a série da Netflix, a tendência é que o caso volte a ganhar interesse público.
E aí, você acha que o Monstro de Florença pode ser capturado após a série da Netflix? Comente nas redes sociais do Minha Série! Estamos no Threads, Instagram, TikTok e até mesmo no WhatsApp. Venha acompanhar filmes e séries com a gente!
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