No começo de março, a Polar anunciou que estava expandindo suas atividades para o mercado brasileiro. Com isso, vários aparelhos fabricados pela companhia finlandesa passaram a ser disponibilizados por aqui. E nós pudemos testar o Polar M600 para conferir como está sendo essa entrada da fabricante no Brasil.
O relógio com GPS e GLONASS integrado promete precisão nos trackings esportivos e ainda traz funções híbridas ao utilizar o Android Wear 2.0 — o que torna o gagdet uma opção também para quem quer funções mais profissionais. O preço sugerido pela Polar para o M600 é de R$ 1.699. Será que vale a pena investir no dispositivo? É o que vamos conferir agora mesmo!
Design
Apesar de ser todo preto, o Polar M600 está longe de ser uma opção discreta para os usuários que não gostam de chamar atenção. O relógio é relativamente grande e quando isso é somado ao medidor de frequência cardíaca da parte inferior, fica claro que o aparelho pode ser maior do que muitos estão acostumados.
Galeria 1
Considerando o fato de o aparelho ser híbrido — ou seja: criado para funções esportivas e “civis” —, há momentos em que isso pode acabar sendo um incômodo. Já nas corridas e pedaladas, o uso do relógio não causa nenhum desconforto. Mesmo comparando com modelos menores que testamos anteriormente (Garmin Forerunner 735XT e 35), não há qualquer problema na experiência.
Também é preciso considerar os botões disponíveis no aparelho e a facilidade de acesso a eles como pontos positivos. É muito simples acessá-los em qualquer situação — independente de qual braço seja o escolhido para a utilização do relógio. Vale dizer que isso acontece também para momentos em que estão sendo realizadas atividades físicas.
Nota do editor: o “problema” de ergonomia mencionado anteriormente acontece principalmente com quem tem o pulso um pouco fino, como é o meu caso. Por outro lado, pedimos para que o nosso coordenador de infraestrutura (ele tem 1,95m) experimentasse o aparelho e ele achou bem confortável o encaixe no pulso.
Display
A tela do relógio é de 1,3 polegada e resolução de 240x240 pixels. Essa definição parece baixa, mas não é um problema para smartwatches — ele conta com 260 pixels por polegada, o que é suficiente para a utilização no pulso. Colorido, o display cumpre bem o papel a que se propõe com o Android Wear 2.0 — inclusive com a demonstração de notificações e interações com smartphones.
Ao contrário do que acontece com outros aparelhos dedicados às funções fitness, o Polar M600 traz tela sensível ao toque — justamente por ser híbrido e para permitir mais interações com o Android Wear. Apesar de isso ser bastante interessante para os momentos “civis”, na hora das atividades físicas há algumas ressalvas que precisam ser levadas em consideração.
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Há momentos em que realizar os comandos na tela pode ser bem difícil. Depois de atividades físicas, é possível que as mãos do usuário estejam suadas e isso pode afetar o reconhecimento dos comandos. Mais do que isso, em situações de corrida com jaquetas “raincutter” ou “windcutter”, o suor pode escorrer do braço para a tela pelo próprio tecido.
Por causa da tela touch, há momentos em que realizar os comandos na tela pode ser bem difícil após atividades físicas
Em nossos testes — realizados em Curitiba, onde as temperaturas estavam um pouco baixas no começo de abril —, isso causou o encerramento indesejado dos treinos em dois momentos. Importante mencionar também que o display do relógio é bem vedado, então não precisa haver preocupações com possíveis danos internos causados pelo suor.
Funções esportivas
Quem acompanha o mercado de wearables esportivos conhece bem o nome da Polar e, certamente, quer saber das funções voltadas a esse segmento. E, com exceção do que mencionamos anteriormente em relação à tela touch, não há qualquer problema que precise ser relatado acerca dos recursos do M600.
Os trackings de atividades físicas em ambiente indoor funcionam com bastante qualidade — utilizando o medidor de frequência cardíaca para mostrar como foram as queimas calóricas e zonas de ativação aeróbica. Mas é no outdoor que o aparelho realmente se destaca para conquistar os consumidores.
Sessão de treino registrada pelo Polar M600
Graças ao sistema que integra GPS e GLONASS, o Polar M600 consegue oferecer uma excelente precisão na geolocalização. Com isso, o relógio pode fornecer dados completos e confiáveis sobre distância percorrida em corridas ou pedaladas; ritmo dos treinos e velocidade desempenhada, além de mapas completos das atividades.
Além disso, o sensor de batimentos cardíacos também cria medições mais completas de gasto calórico, zonas de frequência cardíaca e desempenho aeróbico. Também é legal mencionar que o Polar M600 conta com um sistema de incentivos pós-treino. Com isso, o relógio consegue também mostrar como foi o desempenho em cada exercício — algo também exibido no app dos smartphones, como você pode ver abaixo.
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Com o uso de apps como o Google Fit, é possível ainda ter acesso a treinamentos completos diretamente no pulso — com dicas para abdominais, exercícios indoor e muito mais. Há ainda o app da própria Polar, criado para ajudar na elaboração de relatórios e planilhas de treinos, que podem ser acompanhados por treinadores profissionais para melhores resultados.
- Leia também: Como desativar o modo desenvolvedor do celular?
Um detalhe interessante: o Polar M600 é à prova d’água, mas não apresenta funções de tracking para natação na configuração-padrão. Para ativá-las, é preciso escolher natação nas opções de esporte (há opção para águas abertas também) — entre os cerca de 90 esportes diferentes disponíveis.
Geralmente estas configurações são feitas no início do emparelhamento do smartwatch. Quando configurada a natação, aparecem as métricas.
Android Wear 2.0
Já falamos anteriormente e repetimos aqui: o Polar M600 é equipado com Android Wear 2.0 e isso traz várias funções bem legais para os consumidores que querem desfrutar do relógio também em atividades profissionais. Mas, antes, vamos a algumas utilizações esportivas que também aproveitam isso.
Por ter WiFi independente e memória interna de 4 GB, é possível usar o Polar M600 nos treinos sem smartphones. Assim, os usuários podem aproveitar uma pausa para um café, por exemplo, para ter acesso às notificações do celular e até mesmo responder mensagens — desde que se conecte à rede da cafeteria, é claro.
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A memória interna também pode ser usada para a sincronização de músicas para que elas possam ser ouvidas sem o celular. Nesse caso, torna-se necessário utilizar fones de ouvido Bluetooth conectados ao relógio. Vale dizer que o Spotify para Android Wear ainda não permite isso, sendo necessário usar o app Google Play Música.
Voltando às funções comuns, o smartwatch pode ser usado para visualizar notificações, interagir com apps e ter acesso a informações enviadas diretamente dos smartphones para a tela do Polar.
Conexão com apps
Novamente, por causa do Android Wear é possível integrar o Polar M600 a diversos aplicativos esportivos — incluindo Google Fit e Strava. Apesar disso, recomenda-se usar o app padrão do M600 para fazer o tracking mais completo das atividades físicas. Dessa forma, é possível ter acesso a relatórios cardíacos e outras informações com bastante precisão.
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Depois, é só sincronizar as informações com o seu app favorito para que o resultado das atividades físicas seja enviado diretamente para lá — algo que pode ser configurado previamente para ser enviado automaticamente.
Bateria
Para quem não gosta de carregar os aparelhos todos os dias, o Polar M600 pode ser uma boa pedida. A bateria traz autonomia para até dois dias de utilização moderada ou até oito horas para uso com o GPS ativado — o que é um tempo bem bom para um smartwatch esportivo.
Vale a pena?
Pelo preço de R$ 1.699, o Polar M600 é uma das melhores ferramentas híbridas que podem ser encontradas no mercado atualmente — lembrando que isso significa uma mescla entre aparelhos para tracking esportivo e um smartwatch mais profissional. Mas, antes de fazer a aquisição, é preciso pensar se essa é mesmo a sua demanda.
Para quem quer um aparelho de alto nível para o registro de atividades físicas, há alternativas sem Android Wear e que oferecem resultados mais completos, mais opções de atividades físicas e maior autonomia — incluindo aqui modelos como o Garmin Forerunner 35 ou mesmo o M200 da própria Polar.
Já para quem está atrás de um smartwatch e precisa de poucas funções ligadas às atividades físicas, o Polar M600 pode ser um modelo muito grande e que pode resultar em um desperdício de funcionalidades. Em resumo: o Polar M600 é mesmo uma opção para quem quer “unir dois mundos em um só lugar”.
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