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Descobridor das baterias de íons de lítio fala sobre celulares explosivos

John Goodenough afirmou que as empresas precisam monitorar cuidadosamente para que os componentes não sejam recarregados rápido demais

Avatar do(a) autor(a): Leonardo Rocha

20/10/2016, às 13:33

Descobridor das baterias de íons de lítio fala sobre celulares explosivos

Fonte: GlobalTrade

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O nome de John Goodenough não é um dos mais conhecidos tanto dentro quanto fora do mundo a ciência, mas é inevitável dizer que ele é um dos responsáveis pelo desenvolvimento de uma tecnologia que ajudou a mudar a vida de todos nós. Uma de suas descobertas acabou resultando na invenção da bateria de íons de lítio, que está presente em notebooks e smartphones, entre diversos outros tipos de aparelhos.

Hoje com 94 anos, o professor da Universidade do Texas, nos EUA, conversou brevemente com a BBC a respeito da polêmica dos celulares que pegam fogo ou explodem por conta de falhas no componente que armazena energia elétrica. “Normalmente, quando falamos de [dispositivos que pegam] fogo, o problema é que, na bateria original que foi utilizada no celular ou outro gadget, o eletrólito usado é um líquido orgânico que é inflamável e pode se incendiar se for superaquecido durante o recarregamento. E é esse o problema que eles tiveram”, explica.

undefinedAs empresas devem monitorar a velocidade de carregamento para evitar superaquecimento da bateria

O cientista afirma que é necessário monitorar com muito cuidado para que o carregamento da bateria não seja feito rápido demais, já que isso pode dar início ao processo de superaquecimento que faz as chamas surgirem.

Prós e contras

Falando sobre como se sente por sua descoberta ter basicamente mudado a forma como todos vivemos hoje, Goodenough disse não pensar muito a respeito, mas fica muito satisfeito por ter fornecido algo para o mundo. “Eu fico mais feliz quando percebo que uma mulher em Bangladesh agora consegue um preço decente por seus produtos e coisa do tipo. Então, para mim, capacitar as pessoas de todos os lugares a ter acesso é de fato muito gratificante”, pontua.

Ainda assim, o próprio inventor da bateria não possui um smartphone próprio, o que explica com o fato de que não quer de ser incomodado. “Tenho um computador na minha mesa [de trabalho], mas quando chego em casa gosto de ficar sozinho, não desejo ser importunado mais do que o necessário”, diz Goodenough, em tom humoroso.

undefinedA acessibilidade proporcionada por sua descoberta deixa Goodenough feliz

“Vejo os estudantes [na Universidade] batendo nessas coisinhas, tablets e tudo mais, sem falar uns com os outros. Observo pessoas saindo para jantar e não conversando entre si, preferem sentar lá e papear com alguém no celular. Isso não é jeito de viver”, critica o professor. A culpa, no entanto, não é da tecnologia, que o cientista define como “moralmente neutra”. “É o que fazemos com ela que deve ser julgado”, brinca.



Jornalista, apresentador e editor com mais de 12 anos de experiência no TecMundo.

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