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Motoristas da Uber ficam offline para criar tarifa dinâmica artificial

Para tirar uma grana extra, motoristas da Uber estão ficando offline ao mesmo tempo em certas regiões para criar as tarifas mais caras

Avatar do(a) autor(a): Felipe Payão

04/08/2017, às 08:36

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Por mais incrível que pareça, isso — ainda — não está acontecendo no Brasil. De acordo com pesquisa da Independent, motoristas da Uber nos Estados Unidos e no Reino estão burlando os algoritmos do aplicativo para criar tarifas dinâmicas artificiais e ganhar mais dinheiro.

A tarifa dinâmica aparece na Uber em locais com muita demanda de passageiros e pouco motoristas. Dessa maneira, a Uber aumenta o valor da corrida para os motoristas irem até o local, receberem mais dinheiro e atenderem essa demanda.

Normalmente, a Uber coloca a tarifa dinâmica em horários de pico, quando a demanda está bem alta

Para tirar essa grana extra, os motoristas da Uber estão ficando offline ao mesmo tempo em certas regiões. Dessa maneira, o aplicativo não encontra motoristas e sobe os preços da corrida. Então, todos voltam a ficar online para aproveitar a tarifa dinâmica criada.

Normalmente, a Uber coloca a tarifa dinâmica em horários de pico, quando a demanda está bem alta. Horários de fechamento de bares e restaurantes, além de clima chuvoso, também são fatores colocados em conta pelo aplicativo, diz o Globo.

Para descobrir esse problema, a Independent contou com a ajuda da Warwick Business School e da New York University. Eles entrevistaram motoristas em Londres e Nova York, analisando mais de 1 mil postagens no fórum não-oficial Uberpeople. No caso, o estudo também descobriu que os motoristas não sentem que trabalham para uma empresa, mas sim para um sistema, para algoritmos. O motivo? A relação pessoal praticamente zero com funcionários da própria Uber.

O ‘gerenciamento algorítmico’, além de ser eticamente questionável, pode prejudicar também a própria empresa

"A Uber usa softwares de algoritmos para supervisionar, administrar e controlar os motoristas, que são constantemente rastreados e avaliados", disse Mareike Möhlmann, um dos líderes da pesquisa segundo o G1. "Em resposta, os motoristas desenvolveram práticas para recuperar o controle, o que mostra que o ‘gerenciamento algorítmico’, além de ser eticamente questionável, pode prejudicar também a própria empresa".

  • A Uber comentou o seguinte sobre o caso: “Este comportamento não é recorrente e nem permitido na plataforma da Uber, e nós temos mecanismos que previnem que eles aconteçam”.


Felipe Payão é jornalista, editor-chefe do TecMundo e especialista em cibersegurança com foco em cibercrime há 11 anos. Payão possui três prêmios especializados: ESET Jornalismo Segurança da Informação América Latina, Comunique-se 2021 e Especialistas da Comunicação.

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