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Essa é nova: bateria de lítio puro pode aumentar desempenho em quatro vezes

Cientistas conseguiram avançar na pesquisa com o material, mas ainda são vários os problemas a serem consertados

Avatar do(a) autor(a): Nilton Cesar Monastier Kleina

28/07/2014, às 05:36

Essa é nova: bateria de lítio puro pode aumentar desempenho em quatro vezes

Fonte: Nature

Imagem de Essa é nova: bateria de lítio puro pode aumentar desempenho em quatro vezes no site TecMundo

Você já deve ter cansado de ver aqui no TecMundo as novas promessas de baterias que duram mais e gastam menos: já tivemos exemplos de tecnologias que usam areia da praia e até açúcar como arma para aumentar a durabilidade. Mas a resposta pode estar mais perto do que imaginávamos: cientistas da Universidade de Stanford alegam a descoberta de uma fonte de energia poderosa usando o próprio lítio, o mesmo material trabalhado atualmente.

A diferença é que a equipe afirma ter obtido um ânodo estável de lítio, criando uma bateria "pura" que extrai o máximo da substância e aumenta a própria eficiência. A ideia é ampliar em até quatro vezes o desempenho dessas peças.

O segredo do Santo Graal

Para explicar o funcionamento, é preciso voltar às aulas de Química. A bateria tem três componentes: o eletrólito, que providencia elétrons; o ânodo, que os descarrega; e o cátodo, que recebe. Os modelos atuais são de íon-lítio, o que significa que a substância age somente no eletrólito, mas não no ânodo — e obter um ânodo de lítio puro é o que os cientistas mais desejam.

Um dos professores da equipe, Yi Cui, afirma que o material é chamado de "Santo Graal"  por ter um enorme potencial que ainda permanece escondido. Como ânodo, o lítio é leve e tem alta densidade de energia (ou seja, armazena muita em um pequeno volume, resultando em baterias menores e poderosas).

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Por enquanto, apenas "um grande passo" foi dado na pesquisa com ânodos de lítio, mas isso não significa que ele será adotado logo. São vários os obstáculos: o ânodo de lítio expande demais na hora do carregamento (causando rachaduras na bateria), esquenta absurdamente e reage demais quimicamente com o eletrólito, reduzindo a vida útil. A solução, por enquanto, é usar nanoesferas de carbono para tentar estabilizar esses processos.



Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.