P4P é o nome de uma evolução do já conhecido protocolo P2P de transferência de arquivos. A sigla é uma adaptação para Proactive Network Provider Participation for P2P, e você vai saber mais sobre esta ideia neste artigo.
Esta tecnologia foi desenvolvida nas universidades de Washington e Yale e ganhou o interesse da Verizon, operadora norte-americana de telefonia e banda larga, e do Pando, um aplicativo para transferência de arquivos. A ideia básica é resolver problemas de uso de banda e oferecer downloads mais rápidos através da otimização das redes P2P.
Essas redes, segundo entusiastas do P4P, são comprometidas pela falta de comunicação direta com provedores, o que gera falhas tanto em aplicativos P2P como nos provedores. Já os críticos, por outro lado, afirmam que a técnica favoreceria usuários de certos provedores a custo de outros usuários de provedores diferentes.
A proposta do P4P, em outras palavras, é ajudar provedores a disponibilizar arquivos grandes, legalizados, permitindo a transferência deste conteúdo com redução de custos de banda e maior velocidade para os usuários finais sem a necessidade de interferência direta no consumo de banda.
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De acordo com uma pesquisa da CacheLogic de 2006, transferências via P2P representam mais de 70% do tráfego de dados na internet.
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Como funciona
Através do P4P, um provedor utiliza um novo tracker – ou seja, a indicação de um servidor que auxilia na comunicação entre computadores – com informações sobre a configuração de uma rede. Os clientes identificam este arquivo e, a partir daí, seguem as melhores rotas para concluir um download. Essas rotas levam a pontos mais próximos ou a pontos especificados pelo provedor, acabando com a escolha randômica de fontes.
Isso não significa que somente pontos mais próximos serão conectados. Caso haja um ponto mais distante, porém mais rápido, ele será preferido.
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Há três maneiras básicas para encontrar pontos mais próximos. Um cliente P2P pode, por exemplo, receber informações do provedor sem identificar qual arquivo está sendo baixado. Então uma lista de pontos é enviada, já filtrada localmente. O tracker do torrent pode, por sua vez, receber informações do provedor e usá-las para gerar uma lista customizada com pontos locais. Em último caso, o cliente pode pedir pelo tracker P4P, fornecendo detalhes do arquivo baixado. O tracker do provedor pode então fornecer a lista com pontos locais.
O P4P não controla os downloads ou os clientes. Ele apenas filtra e fornece informações sobre a topologia de uma rede que pode ser utilizada como otimização de uma rede P2P. Ao usar a localização dos assinantes de um provedor, o P4P designa números PIDs para preservar a identidade dos usuários. Não há, segundo os desenvolvedores, violação de privacidade.
Diferenças entre P2P e P4P
Downloads convencionais em redes P2P simplesmente “caçam” as partes de um arquivo onde estiverem, sem levar em consideração a localização de uma fonte e se ela está próxima ou não de quem baixa. A tecnologia P4P permite, em primeiro lugar, o controle das fontes às quais um cliente se conecta, sendo que a prioridade são fontes mais próximas.
Obter informações sobre P4P de um provedor depende da política do provedor, a qual não pode ser revertida através da observação da rede. Por exemplo, o ponto A pode ser melhor sob a perspectiva da rede, mas o provedor pode preferir o ponto B por ter custo menor ou mais banda disponível.
O P4P também pode utilizar a disponibilidade de informação para ligar usuários específicos. Por exemplo, conectando dois assinantes com disponibilidade de banda semelhante para reduzir as ocorrências de desperdício de banda.
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Para provedores, o P4P possibilita o envio de dados mais eficiente e com custo menor, uma vez que o fluxo de dados encontra-se em uma área de alcance próximo e determinado. A carga de links externos é reduzida, assim como a carga de backbone interno. Já para aplicativos e usuários, a promessa é de downloads mais rápidos.
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O futuro
O grupo de testes da tecnologia P4P inclui membros da indústria do entretenimento e pessoas que apoiam métodos antipirataria. Por isso, há a chance da tecnologia ser utilizada como prevenção à distribuição de conteúdos não autorizados.
Críticos do P4P afirmam que os usuários podem sofrer com queda de velocidade. Uma vez que o Bittorrent, por exemplo, foi desenvolvido para localizar e priorizar os pontos mais rápidos. A mudança desse comportamento para priorizar pontos mais próximos pode derrubar as velocidades de download.
Pando e Verizon afirmam que é difícil prever o uso comercial do P4P. O grupo de trabalho das pesquisas envolve 18 empresas e softwares, além de 18 observadores. A equipe se mostra otimista, ressaltando que o P4P é uma solução onde ninguém sai perdendo.
O principal desafio é encontrar a solução definitiva para a distribuição de conteúdo via P2P de maneira absoluta, sem falhas e devidamente testada. Ainda não é possível afirmar que será uma arma contra a pirataria, uma vez que isso depende de como provedores usarão a tecnologia. Da mesma maneira, ainda não se sabe como os usuários vão aceitar o P4P.