Observando o crescimento não exatamente recente dos jogos mobile em matéria de público e arrecadação, é até uma surpresa pensar que não faz muito tempo que empresas começaram a investir em acessórios que trazem experiências mais “tradicionais” a esse tipo de gadget. Nomes como Logitech, SteelSeries e Power A já desenvolveram soluções nesse sentido, embora quase todas tenham se provado sucessos modestos.
Ciente do interesse de alguns de seus consumidores por acessórios do tipo, a Samsung decidiu investir em um gamepad proprietário para os produtos que levam a marca. Compatível com qualquer smartphone ou tablet com Android 4.1 ou superior, o Smartphone GamePad promete oferecer experiências mais confortáveis e precisas para quem não se acostuma com interfaces baseadas no toque ou simplesmente prefere opções de controle mais convencionais.
Tivemos a oportunidade de passar alguns dias com o dispositivo e, durante esse período, aproveitamos para testá-lo junto a diferentes estilos de jogos. Neste texto, você confere a descrição completa do aparelho, nossas impressões sobre ele e descobre se vale a pena ou não investir em sua aquisição.
Especificações técnicas
- Suporte metálico ajustável para smartphones com displays de 4 a 6,3 polegadas
- Duas alavancas analógicas
- Painel direcional digital
- Quatro botões de ação
- Dois botões de gatilho
- Botões Start e Select
- Botão PLAY
- Conectividade: NFC, Bluetooth 3.0 + HID
- Bateria interna de 160 mAh
- Conector de recarga micro USB
- Dimensões: 137,78 x 31,8 x 86,47 mm
- Peso: 195 gramas
- Preço sugerido: R$ 449
Design
O Samsung Smartphone GamePad possui um visual bastante familiar a quem lida com o controle de video games como o PlayStation 3 ou o Xbox 360. Em sua parte frontal, o dispositivo dispõe de dois controles analógicos, um direcional digital, seis botões de ação, (incluindo os tradicionais Start e Select), um pequeno mecanismo para ligar e parear o aparelho e o botão PLAY localizado em sua área central.
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Para completar, ele apresenta um par de gatilhos em sua parte superior. Vale notar que, embora o produto não acompanhe uma fonte de recarga própria, isso não é necessariamente um empecilho, visto que ele utiliza a mesma entrada micro USB adotada pela Samsung em seus smartphones e tablets.
O principal diferencial do acessório em relação a um gamepad tradicional é suporte ajustável, destinado a acomodar o smartphone ou phablet que você deseja utilizar, que deve apresentar uma tela com dimensões que vão de 4 a 6,3 polegadas. Embora o produto trabalhe com gadgets que ultrapassam esse limite máximo, será preciso investir em um suporte próprio a eles para obter um bom ângulo de visualização, o que elimina a parte portátil da experiência de jogo.
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Ainda que o design do Samsung Smartphone GamePad seja familiar, a experiência proporcionada por ele fica aquém daquela encontrada em um console tradicional. A parte traseira do dispositivo se mostra muito plana, o que torna um pouco problemático segurá-lo com segurança, mesmo com o auxílio das duas faixas emborrachadas em sua lateral.
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Os direcionais analógicos possuem um visual bastante próximo àquele visto no Nintendo 3DS e se mostram confortáveis de lidar, embora a “folga” que ele apresenta em suas laterais possa causar problemas — dependendo da maneira como você segura o acessório, parte de seus dedos pode ficar presa acidentalmente, o que prejudica a experiência de jogo.
Já os botões do aparelho respondem muito bem ao toque e proporcionam uma experiência tátil confortável, com destaque para os gatilhos laterais. O mesmo pode ser dito do direcional digital, embora seja preciso certo tempo para se acostumar com o nível de rigidez apresentado pelo componente.
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Feito para produtos Samsung
Embora o Samsung Smartphone GamePad trabalhe com qualquer aparelho com o Android 4.1 ou superior, não é preciso passar muito tempo com o acessório para ver que ele é totalmente otimizado para trabalhar com produtos da fabricante sul-coreana. Prova disso é a dependência que o dispositivo tem do software conhecido como S Console, responsável por exibir a lista completa dos games compatíveis com o acessório.
Galeria 1
Apesar de a ideia de reunir todos os aplicativos compatíveis com o controle seja boa, a maneira como isso é feito deixa a desejar. Exemplo disso é o fato de que não existem filtros que permitam diferenciar facilmente aplicativos gratuitos daqueles que são pagos — as únicas opções disponíveis permitem destacar títulos já instalados e aqueles jogados em um passado recente.
Ao priorizar jogos disponíveis através da loja Samsung Apps, o GamePad pode gerar alguns problemas de gerenciamento de memória. Caso você já possua o jogo Dead Trigger baixado através da loja Google Play, será preciso realizar novamente seu download através do espaço-proprietário da fabricante do dispositivo para conseguir jogá-lo corretamente — situação que, infelizmente, se repete com outros títulos.
Já a parte positiva do software fica pela quantidade vasta de títulos compatíveis com o controle, que cresce de maneira constante. Durante o momento em que esta análise foi realizada, o sistema dispunha de 104 jogos compatíveis, divididos em estilos como corrida (Asphault 8, Angry Birds Go!), ação (Metal Slug X, Third Blade) e tiro em primeira pessoa (Dead Trigger 2, Modern Combat 4: Zero Hour).
Experiência de jogo
Agora que você já sabe quais são as principais características do controle desenvolvido pela Samsung, deve estar curioso para descobrir como ele se comporta junto à seleção de games preparada pela empresa. Infelizmente, devemos resumir a experiência proporcionada à palavra “depende”, já que o desempenho do produto está muito condicionado ao trabalho que cada desenvolvedora fez ao adaptar seus softwares para trabalhar com gamepads convencionais.
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Jogos como Wind Up Knight, por exemplo, não ganham muito com a adição do acessório, a não ser pelo fato de que não é mais preciso se preocupar com seus dedões bloqueando parte da tela. O mesmo pode ser dito de Rhythm Crasher, jogo de ritmo que pode até se mostrar mais difícil caso você já esteja acostumado a lidar com seus comandos usando a interface sensível a toque.
Por outro lado, títulos como Angry Birds Go! apresentam o que só pode ser considerado como uma “experiência mista”. Embora o controle do personagem durante as corridas seja feita através do controle analógico do GamePad, o acionamento de poderes especiais e o início das corridas ainda dependem de toques na tela do aparelho utilizado (no caso desta análise, o Samsung Galaxy S4).
Infelizmente, são poucos os casos nos quais o uso do acessório realmente se mostra superior a qualquer esquema próprio a smartphones. Nesse sentido, devemos citar Asphault 8, da Gameloft, que combina muito bem com o acessório desenvolvido pela fabricante sul-coreana — além de a tela de jogo ficar desobstruída, o controle dos veículos se mostra mais preciso com o auxílio das alavancas analógicas e dos botões físicos do controle opcional.
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Em geral, o único problema comum que detectamos ao usar o Smartphone GamePad é o fato de que nem todos os jogos compatíveis adéquam sua interface para trabalhar com o acessório. Assim, muitas vezes é preciso dedicar certo tempo a “adivinhar” o que cada botão disponível faz, o que contribui para tornar menos intuitivos os títulos que passam por essa situação.
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Vale a pena?
Mesmo o jogador mais hardcore vai ter dificuldades em considerar o GamePad um produto revolucionário, situação que se deve tanto a problemas de design do acessório em si quanto à qualidade variável das adaptações feitas pelas produtoras dos jogos compatíveis com o acessório. Levando isso em consideração, o produto se mostra uma adição positiva a quem não se acostuma com interfaces sensíveis ao toque ou simplesmente não quer ter que lidar com dedos tapando parte da ação.
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Embora a impressão deixada pelo aparelho seja boa, é difícil não se pegar imaginando o que a Samsung poderia fazer para melhorá-lo após certo tempo de uso. Entre os pontos que podem ser aprimorados estão os controles analógicos e, principalmente, o acabamento traseiro, que força o jogador a segurar o acessório de maneira menos segura e firme do que a proporcionada pelos controles do PlayStation 3 e do Xbox 360. Além disso, também seria interessante adicionar um controlador de volume, já que o presente nos smartphones da empresa fica obstruído quando o gadget está em uso.
O ponto que mais prejudica o GamePad, no entanto, é seu preço oficial no mercado brasileiro. Por R$ 449, mesmo valor pelo qual é possível levar para casa um Nintendo DSi, é difícil convencer uma pessoa a investir em um acessório que, na maior parte do tempo, vai ficar esquecido dentro de uma mochila ou prateleira.
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