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Estudo revela as facilidades da entrada no crime cibernético no Brasil

Empresa especialista em cibercrimes mostra que o Brasil oferece oportunidades únicas e baratas para se iniciar na vida fora da lei da internet

Avatar do(a) autor(a): Rafael Farinaccio

18/01/2016, às 19:11

Estudo revela as facilidades da entrada no crime cibernético no Brasil

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A Equipe de Pesquisa de Ameaças Futuras da Trend Micro – empresa especializada na defesa de ameaças digitais e segurança na nuvem – realizou o estudo Ascending the Ranks: The Brazilian Cybercriminal Underground in 2015, mostrando um panorama com as ofertas do submundo da internet brasileira e as expectativas sobre o futuro da legislação brasileira com relação à segurança digital.

Após ter analisado e mapeado o submundo do crime cibernético em países como Alemanha, China, Estados Unidos e Rússia, o grupo concluiu que o Brasil possui facilidades sem igual para o envolvimento com crimes na internet. Dentre as ofertas oferecidas no mundo cibercriminoso, o malware bancário dispara na frente devido à popularidade do Internet Banking no país. Por R$ 5 mil, os compradores podem registrar as teclas digitadas de até 15 sites e têm acesso a serviços de suporte 24 horas.

Estudando para roubar

Treinamentos para o cibercrime são relativamente baratos quando comparados aos “benefícios” que ele pode trazer para os malfeitores. Por R$ 300, os aspirantes a cibercriminosos e os novatos podem aprender a criar suas próprias variantes de malware e páginas de phishing. Há também um treinamento de carding (o roubo de credenciais de cartões de crédito) com três meses de duração.

Nele, os alunos são ensinados a obter acesso a uma base de dados e roubar credenciais de cartão de crédito. Depois, aprendem o que fazer quando uma compra feita com um cartão de crédito roubado é aprovada, e como proceder caso a “mula” de dinheiro venha a falhar. Por fim, os “estudantes” aprendem a clonar cartões (fisicamente) e a criar cavalos de Troia.

Alvo principal: movimentações bancárias online

O surgimento de ofertas no submundo pode ser atribuído à grande taxa de adoção de banco online no país; para se ter uma ideia, a Trend Micro observou que mais de 40% da população do Brasil realizou operações bancárias online em 2014. Apps de Android, por exemplo, foram configurados para pagar por créditos pré-pagos com credenciais roubadas de cartões de crédito.

Outra tendência verificada foi que os crimes de rua, como a venda de documentos e dinheiro falsificados, migraram para a web. Certificados de conclusão de cursos são vendidos por R$ 300 cada. Alguns vendedores de dinheiro falso até oferecem envio gratuito para compras de mais de 200 notas. Os valores giram em torno de R$ 100 para R$ 750 falsificados e R$ 200 para o dobro, R$ 1,5 mil.

De acordo com a Trend Micro, o governo federal precisa investir mais recursos nas investigações desse tipo de crime, principalmente quando ele migrar para o território da Deep Web. O cenário socioeconômico do Brasil fez do país um terreno fértil para os cibercriminosos, pois o lucro rápido prometido se tornou atraente o bastante para vários indivíduos.

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Editor do The BRIEF. Há mais de 10 anos na NZN, Fari é historiador, apaixonado por ciências e tecnologia, e grande admirador das obras de J.R.R. Tolkien.