Na última terça-feira (2), o ex-presidente da Equifax Richard Smith depôs diante da Comissão de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos e deu a sua versão sobre o vazamento que expôs dados de 143 milhões de clientes de uma das maiores companhias de proteção ao crédito do planeta, a Equifax.
Em um discurso preparado, Smith afirmou que uma combinação de problemas resultou no maior vazamento de dados sensíveis já registrados até agora em todo o mundo. “Parece que a brecha ocorreu graças tanto a uma falha humana quanto uma falha tecnológica”, cravou o ex-executivo, que anunciou a sua aposentadoria no final do mês passado.
Smith descreveu uma série de procedimentos de segurança mantidos pela Equifax a fim de se proteger desse tipo de ataque. Ao identificar a vulnerabilidade em 9 de março, a equipe de tecnologia de informação da companhia recebeu a incumbência de resolvê-la dentro de 48 horas, o que não aconteceu.
Falhas e primeiras medidas
A falha não corrigida gerou a invasão de hackers no dia 13 de maio — mas essa ação foi percebida apenas mais de dois meses e meio depois, apenas em 29 de julho, quando o departamento de segurança da empresa percebeu um tráfico de rede suspeito relacionado a site dedicado a receber contestações de consumidores. Foi somente aí que a página começou a ser monitorada a fim de impedir acessos indevidos, até que ela foi completamente removida no dia seguinte, em 30 de julho.
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Smith alega ter ficado sabendo do ocorrido apenas no outro dia, 31 de julho, e em 2 de agosto a Equifax já havia contratado uma companhia de cibersegurança a fim de conduzir uma investigação e consultoria legal em torno do caso. Outra empresa de consultoria em cibersegurança forense também foi contratada a fim de investigar a atividade suspeita e o FBI (a polícia federal dos EUA) também foi alertado.
A partir de então, o cenário foi se tornando ainda mais assustador conforme a Equifax se dava conta do volume de informações que haviam sido vazadas graças a essa falha. Assim, a companhia tratou de restaurar as suas defesas antes mesmo de anunciar que havia sido alvo de um ataque, pois o anúncio provavelmente incentivaria novas ações do tipo.
Apesar das medidas de contenção e apoio oferecidas pela Equifax, os clientes ainda estão insatisfeitos com o atendimento da empresa após a divulgação do vazamento
Além disso, Smith garante que a sua companhia desenvolveu um novo site para oferecer informações adicionais aos consumidores sobre o caso. A companhia lançou ainda um serviço de call center por meio do qual os seus clientes poderiam entrar em contato, mas, na prática, nem o site nem a central de atendimento tem funcionado de forma satisfatória.
A audiência de ontem foi apenas a primeira de uma série de quatro que devem acontecer na mesma comissão do Congresso estadunidense. As explicações dadas por Smith até agora são um tanto inconclusivas e ele ainda deve ter muito o que esclarecer às autoridades e também aos clientes de sua antiga empresa.
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