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Guerra com a China: saiba como Taiwan está se preparando para um possível confronto

As forças militares taiwanesas estão apostando em drones de última geração, radares 3D e outros dispositivos para proteger o país.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

29/05/2025, às 18:30

Drones de última geração, mísseis e sistemas de defesa antiaérea são algumas das tecnologias de Taiwan para se defender de eventuais ataques da China. No início de maio, a Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos (DIA) alertou sobre a possibilidade de uma ofensiva maior que estaria sendo preparada por Pequim.

Como relata o Army Recognition Group, a investigação aponta que a operação militar teria como alvo os arquipélagos de Kinmen e Matsu, localizados há menos de 10 km de distância da província de Fujian, na costa chinesa. A área teve um movimento intenso durante a Guerra Fria, mas desde a década de 1990 passou por um processo de desmilitarização.

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Os drones estão entre as armas que Taiwan tem para se defender. (Imagem: Getty Images)

Tecnologias de Taiwan para se defender da China

Segundo a Avaliação Mundial de Ameaças de 2025 da DIA, as duas ilhas estão entre as áreas mais vulneráveis em uma eventual invasão liderada por Pequim. Um dos objetivos dos ataques seria testar os limites do apoio militar dos EUA a Taiwan, assim como enfraquecer o controle do governo local sobre a região fronteiriça.

  • No entanto, as forças militares taiwanesas têm acelerado a fortificação dos arquipélagos desde 2023, diante da intensificação das manobras chinesas nas proximidades;
  • Um dos investimentos foi a aquisição de drones para a coleta de informações de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), que auxiliam na tomada de decisões estratégicas;
  • Em abril, o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan transferiu 12 drones Cardinal II para Matsu, usando as aeronaves não tripuladas para monitorar os navios chineses na área;
  • Também foram implantados radares 3D móveis AN / TPS-117 e sensores passivos ao longo da costa de Kinmen;
  • A instalação de sistemas antitanque guiados a laser e a restauração de bunkers de concreto são algumas das outras medidas para defender as ilhas taiwanesas.

O site detalha, ainda, a existência de armamentos como o Sky Sword 1, míssil ar-ar de curto alcance e guiado por infravermelho, morteiros de 120 mm, canhões de artilharia de alcance médio obus M114 de 155 mm rebocados e veículos blindados CM-21. Opções de artilharia mais pesada como o tanque M109A6 Paladin também podem ser acionadas, mas ficam na ilha principal.

Já em relação às tropas, estima-se que o Comando de Defesa de Kinmen tenha cerca de 3 mil soldados, atualmente, que poderiam atuar defendendo a região. Essa guarnição é gerenciada pelo Quartel-General do Comando do Exército de Taiwan, sediado na capital, Taipei.

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O país investiu em várias tecnologias, ultimamente, para reforçar seus sistemas de defesa. (Imagem: Getty Images)

Exercícios chineses geram preocupação

Desde o início do ano passado, a China vem intensificando os exercícios militares realizados perto de Taiwan, demonstrando o seu poderoso arsenal. Uma das atividades mais recentes envolveu dois grupos de porta-aviões, como o Shandong, operando a leste e a oeste do país, simultaneamente.

Operações com unidades do navio Type 055 e caças J-16 também têm sido realizadas por Pequim na área. Há, ainda, relatos de enxames de drones de combate WZ-7 Soaring Dragon voando perto das ilhas periféricas, possivelmente em missões de inteligência.

A DIA relata que uma operação maior poderia envolver até mesmo ataques cibernéticos contra a infraestrutura portuária taiwanesa e o corte de cabos submarinos de internet que ligam a ilha ao continente. Mais silenciosas, tais ações evitariam uma declaração formal de guerra, precedendo a ocupação do país.

Por fim, a agência americana afirma que algumas situações evitariam um ataque chinês de larga escala, como custos elevados da ação militar e a possibilidade de negociação para a unificação com Taiwan. Apesar disso, as apostas são de que Pequim continue investindo em ações menores nas áreas periféricas da ilha vizinha.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.