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Muralha Paulista: programa que usa câmeras com IA deve chegar a 500 cidades até o final de 2025

O projeto de segurança auxilia na identificação de foragidos da justiça, pessoas desaparecidas e veículos roubados ou furtados.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

30/05/2025, às 16:30

Mais de 500 prefeituras paulistas já iniciaram o processo de adesão ao Muralha Paulista, programa de segurança gerenciado pelo governo do Estado que utiliza câmeras de monitoramento em tempo real no combate à criminalidade. Novos detalhes sobre a iniciativa foram divulgados na quinta-feira (29).

Desenvolvida pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), a ferramenta começou a operar na capital paulista e nas cidades de São Carlos, Praia Grande e Indaiatuba. A previsão é de chegada a mais municípios nos próximos meses, à medida que as adesões forem confirmadas.

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O Muralha Paulista já funciona em quatro cidades. (Imagem: SSP/Divulgação)

Como funciona o programa Muralha Paulista?

Integrando câmeras de monitoramento em uso pelos municípios ao sistema de tecnologia de vigilância estadual, o projeto possibilita a identificação automática de pessoas foragidas da justiça. O recurso também pode ser usado para localizar desaparecidos e veículos furtados ou roubados.

  • Segundo a SSP, o Muralha Paulista faz o cruzamento de dados com o Banco Nacional de Mandados de Prisão, usando tecnologia de reconhecimento facial;
  • Em caso de identificação de suspeitos, o centro de operações responsável pela área é notificado;
  • A iniciativa também inclui um aplicativo para policiais militares e civis e agentes das guardas municipais, para consultas em tempo real;
  • Na plataforma, os oficiais conseguem verificar se a pessoa identificada pela tecnologia está foragida e cadastrada em serviços de entrega;
  • O sistema também mostra informações sobre registro de armas, IMEI de celulares e outros dados;
  • Em Praia Grande e São Carlos, o programa já tem 100% de cobertura do território;
  • O processo de integração passa por análise jurídica e de compatibilidade tecnológica, tendo o objetivo de cadastrar todos os municípios interessados até o final deste ano.

A Secretaria informou que a proteção de dados e a governança são garantidos por decreto. Além disso, afirmou que o Muralha Paulista opera com acesso restrito, seguindo as normas da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e tendo acompanhamento da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

“Esse é um grande avanço em segurança pública com uso de tecnologia. O sistema gera alertas em tempo real e tem sido fundamental para o controle da mobilidade criminal, fortalecendo a atuação das nossas forças policiais”, destacou o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

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A iniciativa ajuda a encontrar foragidos da justiça, desparecidos e carros roubados ou furtados. (Imagem: Getty Images)

Novas câmeras serão instaladas

Além das câmeras em funcionamento, o projeto vai contar com mais equipamentos que ajudarão na expansão da cobertura. Esta semana, o governo de São Paulo abriu licitação para a compra de mais 350 câmeras para o Muralha Paulista.

Elas serão destinadas às cidades do Vale do Paraíba e litoral Norte, atendendo municípios como Guaratinguetá, São José dos Campos, Taubaté, Ubatuba, Ilhabela, Cachoeira Paulista, Aparecida e Pindamonhangaba, entre outras. A quantidade varia de acordo com a base existente em cada localidade.

Segundo a SSP, as propostas das empresas interessadas em fornecer os equipamentos serão recebidas até o dia 30 de junho. Quem ganhar a licitação terá prazo de três meses para implantar todo o sistema, incluindo as câmeras com inteligência artificial, o software e as ferramentas de comunicação.

Com a ampliação do programa, as autoridades acreditam que a tomada de decisões poderá ser aprimorada usando os dados disponibilizados pela ferramenta, facilitando a alocação de recursos de maneira mais estratégica e prevendo padrões de criminalidade.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.