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IA, satélites e outras tecnologias para combater o tráfico internacional de drogas

Os recursos de última geração ajudaram as autoridades a apreender uma embarcação que levaria cocaína para a Europa.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

02/06/2025, às 20:30

Usando ferramentas avançadas de IA e outras tecnologias, a Polícia Federal (PF) e a Força Aérea Brasileira (FAB) localizaram e apreenderam, na Ilha de Marajó (PA), uma embarcação semissubmersível que seria utilizada no transporte de cocaína para a Europa. A operação foi deflagrada no último sábado (31).

Contando também com o apoio da Marinha do Brasil e colaboração de autoridades da Espanha, Portugal e Estados Unidos, a ação envolveu o uso de imagens de satélite de alta resolução e aviões com sensores especiais. Todos esses recursos possibilitaram monitorar e mapear movimentos incomuns na região da bacia hidrográfica da Amazônia.

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Parte interna da embarcação que seria usada no transporte de drogas para a Europa. (Imagem: PF/Divulgação)

Como a operação foi feita?

De acordo com a FAB, um dos passos iniciais foi a missão de reconhecimento aeroespacial realizada pela aeronave R-99, equipada com tecnologia de última geração. O trabalho proporcionou a identificação de estruturas navais que estavam camufladas em meio a galpões ribeirinhos.

  • Os sensores do avião também apontaram a existência de padrões atípicos nas rotas estratégicas que passam pelos rios da região;
  • As informações geradas pelos sensores da aeronave, associadas às imagens de satélites, levaram a PF à operação para interceptar o barco;
  • Segundo a investigação, o minissubmarino foi fabricado na Ilha de Marajó, com o objetivo de viabilizar o tráfico internacional de drogas;
  • Uma embarcação semelhante, de pequeno porte e carregada de cocaína, foi apreendida navegando em Portugal, em março;
  • Essa interceptação do semissubmersível pelas autoridades portuguesas deu início às investigações no Brasil.

Como explicou a PF, trata-se da primeira apreensão de uma embarcação do tipo no Brasil, evidenciando a tentativa de diversificar os meios usados por organizações criminosas para o transporte de substâncias ilícitas. As autoridades seguem atentas, em busca dos responsáveis pela fabricação, logística e financiamento das atividades.

“O isolamento geográfico da Ilha de Marajó amplia as vulnerabilidades da região, exigindo sofisticação logística por parte das organizações criminosas e também respostas rápidas e precisas das Forças Armadas”, complementou a FAB.

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Imagens feitas pela aeronave e satélites facilitaram a identificação do minissubmarino. (Imagem: FAB/Divulgação)

Quais entidades internacionais participaram das investigações?

Para identificar e localizar a embarcação, a PF e a FAB tiveram o auxílio da Polícia Nacional da Espanha, da Polícia Judiciária de Portugal e da Drug Enforcement Administration (DEA) dos EUA. Todas atuaram em conjunto com as autoridades brasileiras para o combate ao tráfico internacional.

O trabalho foi intensificado a partir da apreensão feita em águas portuguesas, fazendo com que as operações de inteligência no Brasil se reforçassem. Dali em diante, as imagens registradas a partir da órbita terrestre e os demais dados fornecidos pelos sensores passaram a ser analisados ainda mais cuidadosamente.

Com o cruzamento das informações, as equipes conseguiram não só identificar o local de fabricação da embarcação, como também o destino da viagem carregando os entorpecentes. A PF não informou se houve prisões durante a operação na ilha paraense.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.