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539 drones: como foi o maior ataque aéreo russo ao território ucraniano desde o começo da guerra

A cidade de Kiev foi o alvo da ofensiva russa, que também incluiu mísseis e causou danos em várias regiões da capital ucraniana.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

07/07/2025, às 09:45

Atualizado em 18/07/2025, às 10:18

A Rússia realizou o maior ataque de drones contra a Ucrânia desde o início da guerra, em 2022, utilizando um total de 539 aeronaves não tripuladas, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades ucranianas. A ofensiva, que começou na noite de quinta-feira (03), se concentrou na região de Kiev.

Durante a campanha que durou cerca de 13 horas, apontada como uma das mais violentas realizadas por Moscou até o momento, também foram lançados 11 mísseis de cruzeiro e balísticos. Os serviços de emergência locais informaram que houve uma morte, além de pelo menos 23 pessoas feridas.

Quais drones foram usados pela Rússia no ataque?

O ataque maciço ordenado por Vladimir Putin envolveu o uso de centenas de drones kamikazes, conforme relatos das autoridades ucranianas. Também conhecidos como drones suicidas, eles são projetados para voar até alvos específicos, carregando explosivos detonados no impacto.

  • As forças militares russas usam, entre outros, modelos como o drone Shahed, que tem 2,5 m de envergadura, velocidade de 185 km/h, alcance de até 2.500 km e transportam ogivas pesando de 30 a 50 kg;
  • Do total de 539 aeronaves, os sistemas de defesa da Ucrânia teriam abatido 268, derrubando, também, dois mísseis;
  • Alguns deles atingiram prédios e carros na capital ucraniana, além de terem danificado a infraestrutura ferroviária;
  • Estima-se que seis dos 10 distritos de Kiev foram impactados, com parte dos destroços dos drones atingindo, ainda, uma instalação médica;
  • Pelo menos cinco ambulâncias que atendiam a chamados também foram danificadas, assim como o consulado da Polônia.

Para se protegerem dos ataques aéreos, milhares de moradores da capital buscaram abrigo em estações de metrô e estacionamentos subterrâneos. “Noite absolutamente horrível e sem dormir em Kiev. Uma das piores até agora”, desabafou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybhia, como relatou a CNN.

Vale lembrar que a Rússia já havia realizado uma ofensiva semelhante no último domingo (29), lançado 477 drones e 60 mísseis contra o país. Na ocasião, as tecnologias de defesa locais destruíram 249 aeronaves, enquanto as outras 266 se perderam, possivelmente sofrendo bloqueios com armas eletrônicas.

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Os drones Shahed teriam sido usados pela Rússia no ataque maciço a Kiev. (Imagem: Getty Images)

Trump e Putin conversaram antes do ataque

O ataque recorde de drones da Rússia contra a Ucrânia aconteceu pouco depois de uma conversa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin. Falando posteriormente sobre a ligação, o republicano disse estar “muito desapontado” com o chefe do Kremlin.

Segundo o mandatário americano, Putin não está pronto para encerrar o conflito, tendo se recusado a um cessar-fogo imediato, ao contrário do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que teria concordado com a proposta. Recentemente, a Casa Branca ameaçou impor novas sanções à Rússia se as negociações não avançarem.

Trump também parece disposto a retirar o apoio dos EUA à Ucrânia. Como relata a imprensa americana, ele interrompeu entregas de armas importantes, como os mísseis interceptadores Patriot, alegando revisão do estoque, medida que deixou Zelensky e outros líderes europeus em alerta.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.