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Monbank sofre ciberataque ao sistema PIX e tem R$ 4,9 milhões desviados

A Monetarie, fintech de crédito digital, foi alvo de um ciberataque e desvio de valores. Até o momento, R$ 4,7 milhões já foram recuperados.

Avatar do(a) autor(a): Adriano Camacho

02/09/2025, às 14:25

Atualizado em 02/09/2025, às 16:01

Monbank sofre ciberataque ao sistema PIX e tem R$ 4,9 milhões desviados

Nesta terça-feira (2), o TecMundo recebeu o relato anônimo de que a Monetarie, gestora de crédito digital e dona da Monbank, teria sofrido um ciberataque resultante no desvio de valores financeiros. Tratando-se de uma fintech e uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), a empresa oferece empréstimos e financiamentos com capital próprio e de terceiros – o que reforça a gravidade do incidente cibernético.

Breve, o material encaminhado ao TecMundo é oriundo de um grupo privado, e possui referência à Abfintechs – Associação Brasileira de Fintechs. Conforme detalhe em seu site oficial, a entidade atua como intermediário entre empresas do nicho e órgãos reguladores, além de promover a ‘geração de negócios’.

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Relato encaminhado ao TecMundo. (Fonte: Adriano Camacho)

No texto, há recomendações para a contenção de danos futuros, ‘em caráter preventivo e emergencial’. Entre elas, há a sugestão para  ‘reforçar o monitoramento contínuo de todas as transações financeiras’, ‘elevar níveis de autenticação e vigilância em todos os sistemas de pagamento’, e ‘Bloquear e reportar imediatamente valores recebidos da Monetarie SCD no dia de hoje’.

Monbank confirma ciberataque e implementa contramedidas

(Atualização - 15h30, 02/09/2025) A assessoria de imprensa da Monbank, em comunicado ao TecMundo, confirmou o ataque aos seus sistemas. A princípio, os valores desviados chegaram a somar R$ 4,9 milhões – dos quais, R$ 4,7 milhões já foram recuperados. Os R$ 200 mil restantes estão em processo de bloqueio junto das instituições que receberam os valores indevidos.

Em mais detalhes, o comunicado da Monank detalha que as movimentações suspeitas foram identificadas ainda na manhã desta terça-feira, e logo foram interrompidas pela equipe de cibersegurança. O incidente se iniciou na conta de reserva institucional do banco, e não afetou diretamente contas privadas dos clientes.

Os ataques foram direcionados ao Sistema de Transferência de Reservas (STR), utilizado para transferências bancárias tradicionais, e ao PIX – que estão temporariamente suspensos até o fim das investigações. A Monbank também acrescenta que, até o momento, nenhum vazamento de dados foi identificado. 

Por fim, o comunicado detalha que as operações do Monbank devem retornar à normalidade ao fim das investigações, diante da “garantia de estabilidade dos sistemas”.

Ataques recorrentes ao sistema PIX

Embora o ataque não possula relação direta confirmada, o incidente compartilha similaridades com o ocorrido ao longo do último final de semana, contra o banco HSBC e a fintech Artta.

Relembrando, segundo detalhes do G1, a empresa que atua como intermediária entre bancos e o sistema PIX, Sinqia, confirmou ter sofrido um ataque cibernético na sexta-feira (29). O incidente resultou no desvio de aproximadamente R$ 710 milhões em operações irregulares. 

Documentos enviados pela controladora Evertec à SEC apontam que o HSBC foi o mais afetado, com perdas estimadas em R$ 670 milhões, enquanto a fintech Artta registrou cerca de R$ 41 milhões. O Banco Central conseguiu reter em torno de R$ 589 milhões, cerca de 83% do montante, e suspentdeu temporariamente a conexão da Sinqia ao Sistema de Pagamentos Brasileiro.

Segundo a empresa, a estrutura central do PIX permaneceu estável e não há evidências de exposição de dados pessoais. As investigações preliminares indicam que os invasores utilizaram credenciais de fornecedores de tecnologia para inserir as transações fraudulentas – acessos que já foram bloqueados. 

A companhia informou que notificou as autoridades competentes e está trabalhando com especialistas em segurança digital para identificar a origem do ataque e tentar recuperar os valores desviados.



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Adriano Camacho

Especialista em Cibersegurança, Produtos, Hardware e Jogos

Adriano Camacho é Editor de Conteúdo no TecMundo e no Voxel, com cinco anos de experiência na área. Pós-graduado em Jornalismo Digital pela FAAP, é especializado na cobertura de assuntos ligados à tecnologia e à cultura gamer contemporânea.