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Segurança

Golpe do Pix: PF realiza operação contra suspeitos de desvio de R$ 800 milhões

Autoridades brasileiras atuam em conjunto com a Interpol para realizar mandados de prisão na Argentina, Espanha e Portugal

Avatar do(a) autor(a): Felipe Vitor Vidal Neri

30/10/2025, às 11:50

Atualizado em 30/10/2025, às 13:03

Golpe do Pix: PF realiza operação contra suspeitos de desvio de R$ 800 milhões

Na manhã desta quinta-feira (30), a Polícia Federal deflagrou uma operação para prender os envolvidos no maior roubo do sistema financeiro brasileiro da história. Ao todo, as autoridades cumprem 42 mandados de busca e apreensão, e 26 de prisão contra os envolvidos no ataque que desviou mais de R$ 800 milhões de parceiros do Banco Central.

Chamada de operação Magna Fraus (do latim “grande fraude”), dos 26 mandados de prisão, 19 são para prisão preventiva e sete para prisão temporária. Os policiais cumpriram as ordens nas cidades de Goiânia/GO, Brasília/DF, Itajaí/SC, Balneário Camboriú/SC, São Paulo/SP, Praia Grande/SP, Belo Horizonte/MG, Betim/MG, Uberlândia/MG, João Pessoa/PB e Camaçari/BA.

Boa parte dos investigados pelo ataque residem no exterior, e para isso as autoridades brasileiras trabalham com o Centro de Coordenação e Comando da Interpol, dos Escritórios da Interpol no Brasil, Espanha, Argentina e Portugal. A divisão de fraudes informáticas da Espanha também apoia a operação.

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Investigação da Polícia Federal também conta com apoio do Cyber GAECO do MP-SP (Imagem: Polícia Federal)

Além das apreensões e prisões, a operação também bloqueou bens e valores avaliados em mais de R$ 600 milhões. O esquema criminoso realizado em julho pelos envolvidos desviou R$ 813 milhões de conta usadas por bancos e instituições financeiras para gerenciar transferências PIX.

O que foi o roubo nas parceiras do BC?

O maior roubo do sistema financeiro brasileiro começou na madrugada de 30 de julho, quando um executivo da BMP soube de uma transferência atípica de R$ 18 milhões. Foi quando ele contatou a C&M, prestadora de serviços de tecnologia para essa e outras instituições financeiras, e percebeu que algo estava errado.

  • BMP é uma provedora de serviços bank as a service que atua desde 1999 e cliente direta da C&M, que oferece tecnologias para empresas de fora do setor financeiro;
  • Em poucos minutos, diversas transferências via Pix foram realizadas na conta da BMP, totalizando um prejuízo de mais de R$ 400 milhões;
  • Semanas depois, a PF prendeu João Nazareno Roque, funcionário de Ti da C&M que teria vendido suas credenciais de acesso aos hackers;
  • O suspeito vendeu a senha por R$ 5 mil e cobrou mais de R$ 10 mil para criar um sistema que permitisse o desvio do dinheiro;
  • Roque explicou que não conhecia os criminosos pessoalmente, e que toda comunicação era feita por um celular trocado a cada 15 dias;
  • Um relatório técnico enviado ao TecMundo explica que o golpe foi planejado por meses e usou o Telegram para subornar funcionários do Banco Central.
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João Nazareno Roque confessou aos policiais sobre seu envolvimento com o crime (Imagem: Polícia Federal)

Os suspeitos investigados pela Polícia Federal devem responder por crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, furto mediante fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. As penas, caso os suspeitos sejam condenados, variam entre um e dez anos de reclusão, além de multa.

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Felipe Vitor Vidal Neri

Especialista em Redator

Redator de tecnologia com foco no segmento de hardware. Pelo TecMundo, atuo na elaboração de notícias, especiais, entrevistas e análise de produtos, como processadores e placas de vídeo.

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