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Edward Snowden: agências de espionagem hackearam fabricante de cartões SIM

Vivo, Tim, Claro e Oi são as operadoras que utilizam os serviços da empresa hackeada

Avatar do(a) autor(a): Felipe Payão

20/02/2015, às 15:26

Edward Snowden: agências de espionagem hackearam fabricante de cartões SIM

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Imagem de Edward Snowden: agências de espionagem hackearam fabricante de cartões SIM no site TecMundo

Nesta semana, o ativista Edward Snowden entregou diversos documentos ao The Intercept. Neles, o ex-analista da CIA e NSA mostra que espiões norte-americanos e britânicos hackearam a Gemalto — nada menos que a maior fabricante de cartões SIM para smartphones no mundo.

Os documentos indicam que o hack foi feito para roubar chaves de encriptação. Com estas chaves em mãos, espiões podem decriptar comunicações de voz e dados sem alertar usuários, governos, operadoras etc.

Para entender melhor qual o tamanho do roubo, a empresa cria cerca de 2 bilhões de cartões SIM anualmente. Quem recebe os serviços da Gemalto são operadoras como: Vivo, Claro, Tim, Oi, AT&T, T-Mobile, Verizon, Sprint e mais outras 450 companhias. 

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Além de cartões SIM, a Gemalto também produz cartões bancários e de identificação, soluções de segurança digital e passaportes eletrônicos. Os documentos apontam como feitores do hack uma equipe da NSA e sua parte britânica (Government Communications Headquarters).

Quem é vigiado?

Segundo Snowden, todos nós. Mas, de acordo com os documentos, as chaves obtidas provavelmente serão pouco usadas em solo norte-americano — agências governamentais de segurança conseguem facilmente ordens na justiça que forçam as operadoras a revelar dados de seus clientes.

Porém, essa prática ocorre com facilidade nos Estados Unidos, não no resto do mundo. Isso significa que estes espiões não vão precisar entrar em contato com outros governos e agências internacionais para alcançar o que buscam, basta monitorar os dispositivos desejados por meio de uma tela.

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Sobre o hack, a Gemalto comentou que não sabia que isso havia acontecido. Em entrevista para o The Intercept, o vice-presidente da empresa, Paul Beverly, disse: "Estou transtornado e bem preocupado com isso. O que eu ainda preciso entender é quais implicações isso causa ou se pode afetar os nossos consumidores".



Felipe Payão é jornalista, editor-chefe do TecMundo e especialista em cibersegurança com foco em cibercrime há 11 anos. Payão possui três prêmios especializados: ESET Jornalismo Segurança da Informação América Latina, Comunique-se 2021 e Especialistas da Comunicação.