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Spiritfarer é uma jornada divertida e emocionante sobre a morte

Testamos Spiritfarer, o novo jogo indie que conquistou fãs com suas mecânicas de gerenciamento e linda direção de arte estilo desenho animado

schedule26/08/2020, às 11:00

Spiritfarer é um novo jogo indie que desde seu anúncio chamou bastante atenção graças ao seu visual em estilo desenho animado e proposta diferentona, com uma visão única do além-vida. Com versões já lançadas para PC, Nintendo Switch, Xbox One e PlayStation 4, testamos o jogo completo no computador a convite da distribuidora nacional, e você confere a nossa análise completa dele logo abaixo!

Navegar é preciso…

No jogo você assume o controle da jovem Stella assim que ela desperta em um pequeno bote, recebida por ninguém menos que Caronte, o barqueiro de Hades na mitologia grega, onde é mostrado como o responsável por conduzir as almas entre o mundo dos vivos e dos mortos. Ou pelo menos era isso que ele costumava fazer, já que a história de Spiritfarer começa com a revelação de que ele está se aposentando e passando o fardo exatamente para a Stella.

Spiritfarer mostra um pós-vida colorido e alto astral, onde você assume o trabalho de CaronteSpiritfarer mostra um pós-vida colorido e alto astral, onde você assume o trabalho de Caronte

Assim, depois de poucos diálogos — todos devidamente localizados para português em um ótimo trabalho de tradução! — você já se encontra no comando de sua própria embarcação com o objetivo de ajudar todos os recém-mortos em seu caminho pelo pós-vida. O mais legal é que, apesar de ter tantos elementos focados na morte, a jornada tem um tom otimista e alto astral, celebrando a importância dos elos que fazemos em nossos caminhos e a beleza do desconhecido.

Isso já é bem evidente na palheta de cores utilizada pelos desenvolvedores, que preferem retratar o além em tons vibrantes na maior parte do tempo, e também no design caricato dos personagens, que mais parecem saídos de um desenho animado, uma escolha artística que casou muito bem com a proposta narrativa! Tudo isso dá um bom frescor aos videogames, já que o mercado é frequentemente tomado pela busca ao fotorrealismo.

À primeira vista, o gameplay de Spiritfarer parece focado em mecânicas simples e bem funcionais de plataforma, mas basta jogar por alguns minutos para perceber que o foco central do jogo reside no microgerenciamento. Você precisa tanto colher itens e recursos como trabalhar em melhorias para a sua embarcação a fim de satisfazer as necessidades das almas que vai encontrar ao longo da jornada.

Conforme você progride na história, seu barco cresce e ganha novos recursos de gerenciamentoConforme você progride na história, seu barco cresce e ganha novos recursos de gerenciamento

...viver não é preciso

Os recém-mortos que sobem em seu barco assumem a forma do animal mais similar às suas personalidades, e cada um deles vai fazer pedidos que vão desde cozinhar boas refeições até construir alguns itens que eles precisam a fim de fazer tranquilos a travessia ao outro lado, garantindo que sua pós-morte seja tão ou mais feliz que a antiga vida.

É aí que o jogo pode ficar ainda mais interessante para os fãs de séries como Story of Seasons ou Animal Crossing, já que você logo vai transformar o seu barco em uma espécie de fazendinha. Em pequenas doses, isso é uma benção e extremamente relaxante. Em longas partidas, no entanto, fica evidente que o jogo costuma fazer uso do seu sistema de pedidos para esticar artificialmente a campanha, obrigando Stella a fazer longas viagens de barco antes de cumprir os objetivos.

Ao invés de ter liberdade para explorar e cumprir tudo como quiser, Spiritfarer é mais linear do que deveria, e volta e meia coloca caminhos fechados artificialmente, obrigando o jogador a esperar o tempo passar até cumprir as missões ativas e colher suas recompensas. Isso faz a campanha durar um pouco mais de 25 horas para ser completada mas, dada a simplicidade de sua premissa, seria melhor que ela durasse menos da metade disso.

Spiritfarer é cheio de momentos fofos, mas sua campanha é mais demorada do que o necessárioSpiritfarer é cheio de momentos fofos, mas sua campanha é mais demorada do que o necessário

Afinal, os melhores momentos de Spiritfarer residem em recompensas mais imediatistas, como ter um botão próprio para dar abraços nos outros espíritos (ou no seu gatinho de estimação, o lindo Daffodil!), o que sempre deixa um sorriso no rosto, e até nas partes mais emocionantes, quando fechamos uma missão e nos despedimos de um amigo, os enviando para o fim de sua jornada ou, quem sabe, a um novo começo. 

Veredito

Spiritfarer é um jogo lindo tanto em seu visual como em sua mensagem, pois ele oferece uma rara visão celebratória e contemplativa da morte, algo especialmente raro nos videogames. Ao mesclar mecânicas de plataforma com o microgerenciamento de recursos e construções, o jogo tem um apelo surpreendente e certeiro para os fãs de jogos como Story of Seasons mas, diferente do jogo de fazendas, a falta de liberdade e o excesso de grinding fazem a campanha parecer mais demorada do que deveria ser. Ainda assim, é uma excelente recomendação de jogo indie para quem busca algo fofo para aquecer o seu coração.

Spiritfarer foi gentilmente cedido pela Theo Games para a realização desta análise.


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