De tempos em tempos, surgem jogos esquisitos, mas que despertam certo interesse no público. Quando The Quiet Man, jogo da Square Enix para PC e PS4, foi anunciado, o trailer era estranho, mas a mistura de FMV e beat ‘em up poderia dar certo.
Depois de precisar jogar duas vezes a campanha por escolhas altamente questionáveis dos desenvolvedores, é possível dizer que The Quiet Man é um jogo ruim. Diria mais, que ele é um dos piores jogos dessa geração por motivos que vamos descrever abaixo.
Contando tudo pela metade
The Quiet Man coloca o jogador no controle de um jovem surdo, algo que foi anunciado desde o início como um dos elementos chave do jogo. Na pele dele, você supostamente teria alguma dificuldade em entender personagens, passando pela mesma dificuldade que uma pessoa com deficiência auditiva.
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Muitos ficaram curiosos para saber como isso seria usado no jogo e a revelação é que foi usado de um jeito tão pobre que prejudica completamente o desenvolvimento da história. Em The Quiet Man, tudo é dividido em duas partes: em uma você assiste a pequenos trechos de FMV, com uma atuação sofrível, e que contariam a história. A segunda parte é onde você realmente joga, em combates corpo a corpo com controles pouco responsivos e gráficos da geração passada.
Você passa por tudo isso em silêncio. Faz sentido, já que o personagem principal é surdo e, em teoria, isso tornaria alguns elementos da história ocultos, já que outras pessoas falariam e ele não saberia o que está acontecendo.
Na prática, é tudo mal feito pois você não ouve absolutamente nada, existem legendas em apenas duas cenas insignificantes e claramente o personagem principal consegue, pelo menos, ler lábios, já que interage tranquilamente com outras pessoas.
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Isso acaba gerando uma barreira inútil ao jogador, que fica sem entender praticamente a história toda, vendo cenas mal atuadas, intercaladas com momentos de pancadaria ruim sem cérebro, tentando encontrar sentido naquilo que está vendo. Tudo isso porque desenvolvedores tiveram a infeliz ideia de deixar tudo no mudo e sem legendas, sendo que não precisava.
O que nos leva ao segundo ponto que torna a experiência de The Quiet Man uma das piores dessa geração.
Jogue duas vezes para passar raiva dobrado
Você terminou a campanha de The Quiet Man, não entendeu nada do que aconteceu, aturando atuações horríveis, controles ruins e gráficos meia boca, sobreviveu a uma das músicas mais constrangedoras dos últimos tempos nos créditos, apenas para receber um aviso.
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The Quiet Man foi lançado sem um ponto crucial para o jogo: metade da história. Depois de fechar o game, o jogador era recebido com um pequeno teaser que mostrava as mesmas cenas da campanha com som.
Depois de uma semana do lançamento, uma atualização trouxe esse conteúdo para o jogo, gerando certo desconforto perante a comunidade que via no título um meio de mostrar que deficientes auditivos podem manter uma vida normal e acabou recebendo a mensagem que por ser surdo, o personagem principal perde 90% das coisas que acontecem ao seu redor.
Jogando The Quiet Man “completo”, é possível dizer que a história dele é horrorosa mesmo e não era só impressão enquanto você não ouvia nada. Tudo ainda fica pior pois, durante os poucos momentos de gameplay, a dublagem e o trabalho de som são horríveis.
Conhecendo melhor a trama, surgem mais dúvidas do que respostas, já que a história envolve uma trama com o passado do personagem principal, uma cantora que é idêntica à sua mãe que foi assassinado, um policial que finalmente é possível saber quem é, além de colocar um pezinho no sobrenatural simplesmente porque deu vontade no roteirista.
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Após “sofrer” a experiência completa de The Quiet Man, é possível ver que, em alguns momentos, existiam boas ideias ali, principalmente com o fato de parte da história ficar oculta pelo fato de ele não conseguir ver os lábios, mas os desenvolvedores não tiveram a menor sensibilidade na hora de colocar isso em prática.
Do jeito que ficou, The Quiet Man é ofensivo para pessoas que têm deficiência auditiva, para quem não tem ou simplesmente para alguém que gostaria de jogar um título diferente.
O combate tem momentos que chega a ser levemente interessante, mas logo a quantidade de inimigos que surgem tira o pouco de graça que ele tinha. Os comandos são um pouco travados e não existe variedade durante os trechos de gameplay.
Toda fase é basicamente entrar em uma sala, lutar contra meia dúzia de capangas, sem nenhuma estratégia, apenas apertando o botão de ataque, até avançar para a próxima sala e cutscene.
Caso tivesse uma variedade melhor do que fazer nos momentos em que deixa o jogador de fato jogar, as falhas de The Quiet Man talvez pudessem ser mais fáceis de serem ignorados.
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No geral, The Quiet Man é um erro enorme por parte da Square Enix, já que perde uma oportunidade imensa de criar algo realmente único e especial. No final das contas, saiu apenas mais um jogo genérico, ruim, com uma história sem pé nem cabeça, que tenta ressuscitar os FMVs de um jeito pobre, quando apresenta gameplay, ele é feio e sem nenhuma graça.
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