Para quem acompanha o cenário competitivo de jogos eletrônicos, pode parecer estranho que a cena japonesa não seja exatamente forte, dada a grande quantidade de jogadores talentosos do país. Segundo o Kotaku, muito disso se dá não devido a uma falta de interesse do público ou às regras do mercado local, mas sim a uma lei que impede que as premiações para competições do tipo sejam mais substanciais.
Dados publicados pelo Nikkei Asian Review afirmam que, legalmente, empresas estão limitadas a dar prêmios de 100 mil ienes (US$ 895) em competições voltadas a promover um produto específico (no caso, video games). A intenção da lei é combater “prêmios injustificáveis e representações enganosas”— o que acaba fazendo com que as competições de eSports se tornem menos atrativas.
No entanto, a lei japonesa permite que valores maiores sejam oferecidos, contanto que seja por patrocinadores e não por organizadores de eventos. Segundo o que o advogado Shohei Furukawa explicou à Kotaku, isso traz uma certa “área cinzenta” na questão da legalidade, já que muitos podem argumentar que patrocinadores, na prática, também fazem parte da organização de um evento.
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“Não fosse por essa lei, poderíamos ter quantos eventos com prêmios grandes quanto quiséssemos”, afirma Hirokazu Hamamura, ex-editor da revista Famitsu. Segundo ele, a decisão do governo afastou patrocinadores, o que resultou em prêmios menores e em uma cena competitiva pouco estimulada.
Tanto organizações dedicadas aos eSports quanto jogadores estão tentando encontrar meios de mudar a regulação ou criar regras específicas para esse universo. Segundo Hamamura, um exemplo a seguir é o da Associação Japonesa de Shogi, que adquiriu uma licença especial que permite a realização de torneios com prêmios consideráveis.
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