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Confira a evolução dos jogos Crash Bandicoot ao longo dos anos

Confira a evolução dos jogos da franquia Crash Bandicoot, dos clássicos no PS1 ao retorno com N. Sane Trilogy e It’s About Time.

19/07/2018, às 08:00

Atualizado em 25/08/2025, às 22:42

Confira a evolução dos jogos Crash Bandicoot ao longo dos anos

Fonte: Reprodução/Naughty Dog

Imagem de Confira a evolução de Crash Bandicoot, de 1996 a 2018 no voxel

Em 2018, Crash Bandicoot N. Sane Trilogy chegou ao PC, Xbox One e Nintendo Switch, após um ano de exclusividade no PlayStation 4. Mais um dos jogos da clássica franquia Crash Bandicoot.

Esse relançamento acabou levantando várias dúvidas entre os fãs: será que já tinha existido algum jogo do Crash para PC antes?Quanto tempo a franquia ficou parada até a chegada dessa coletânea? E afinal, quantos jogos de Crash Bandicoot já foram lançados?

Aí eu fui relembrar e estudar os principais e os mais obscuros games da franquia e percebi uma coisa interessante. Durante uma década e meia, de 1996 a 2010, teve quase pelo menos um título de Crash lançado anualmente.

Quer saber mais? Então vem com a gente conferir a evolução de Crash Bandicoot.

Crash Bandicoot - PSOne (1996)

O Crash original foi o sétimo projeto desenvolvido pela Naughty Dog. Sim, a mesma Naughty Dog de Uncharted e The Last of Us. O jogo trazia uma versão cartunesca de bandicoot, que é um marsupial típico da Oceania, em uma aventura cômica de ficção científica para resgatar sua namorada das mãos do Doutor Neo Cortex e seu ajudante Nitrus Brio e impedi-los de dominar o mundo.

A desenvolvedora queria fazer um platformer 3D com um mascote com tanta personalidade quanto Sonic e o Taz do Looney Tunes. Da mesma forma, a dupla de vilões foi inspirada em “Pinky & Cérebro” e nas doninhas de “Uma Cilada para Roger Rabbit”.

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Crash Bandicoot. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash Bandicoot tinha gráficos lindíssimos para a época e parte disso foi graças a uma boa utilização do recém-lançado hardware do PSOne, usando uma tecnologia de pré-cálculo da visibilidade parecida com a de Doom.

Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back - PSOne (1997)

No ano seguinte, já estava saindo uma sequência: Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back. A história se passava um ano após o game original e mostrava Crash sendo enganado pelo Doutor Cortex. Por causa de uma mentira contada pelo vilão, Crash andava por vários lugares diferentes da ilha N. Sanity para recuperar cristais poderosos para o cientista maligno.

Da vaga feminina, saía Tawna, a namorada super sexy — e talvez um pouco inadequada pra um game infantil —, para dar lugar a irmãzinha do personagem, a Coco. Cortex Strikes Back mudou a forma de organização das fases, que passaram a ser acessadas por um hub, os “warp rooms”, que traziam ao final um chefe.

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Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Ele ainda era mais bonito e fluido, já que o motor gráfico era três vezes mais rápido que o anterior e conseguia lidar com mais animações e duas vezes mais polígonos. Crash ganhou também mais movimentos, como deslizar e dar um pulo, que acaba sendo mais alto que o pulo convencional.

Crash Bandicoot: Warped - PSOne (1998)

Mais um ano, mais um game: Crash Bandicoot: Warped. A história que fecha a trilogia principal começa exatamente onde a do jogo anterior parou. Ruínas da estação especial do Dr. Cortex caem na terra, libertando o vilão Uka Uka, que é o gêmeo malvado da máscara Aku Aku. Pra completar, Cortex e o Doutor Nefarious Tropy se unem a ele para pegar os cristais e dominar o mundo.

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Crash Bandicoot: Warped. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash 3 trouxe uma série de inovações, como três novas engines para as fases com os veículos, a inclusão de sombra real no personagem (que pode parecer simples, mas naquela época era algo muito lôko) e a Coco como personagem jogável em algumas fases específicas.

CTR: Crash Team Racing - PSOne (1999)

O primeiro game derivado da série foi um jogo de corrida de kart. E por mais que a ideia parecesse com a de um clone barato de Mario Kart, que já tinha dois títulos lançados naquela época, não é que CTR: Crash Team Racing era bem legal?

Na trama, o mundo está sendo atacado pelo novo vilão Nitrous Oxide, e Crash e sua turma precisavam participar de corridas para vencer ele. Existiam 8 personagens disponíveis, mais 7 desbloqueáveis. Cada um com stats que ofereciam vantagens e fraquezas diferentes. Também tinham power-ups como os de Mario Kart e um multiplayer divertido para caramba, que tinha um modo de batalha.

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CTR: Crash Team Racing. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash Bash - PSOne (2000)

Mesmo com a Naughty Dog deixando a franquia Crash para se dedicar a Jak and Daxter, o mascote não parou de ganhar jogos. Crash Bash foi um título no estilo party game para até quatro jogadores.

Tinha o modo Adventure, que contava com 28 estágios, e o jogo de forma geral, consistia em vários minigames que basicamente se resumiam a acabar com a vida dos adversários. A trama pra justificar tudo isso? Aku Aku e Uka Uka entram numa discussão pra descobrir se o bem é mais forte que o mal e convocam seus próprios campeões pra tirar isso a limpo.

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Crash Bash. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex - PS2, Xbox e GC (2001)

Com o novo milênio, uma nova geração de consoles chegou. Em 2001, Crash deixou de ser um exclusivo da marca PlayStation e, além do novo videogame da empresa, o título daquele ano também foi lançado para o primeiro Xbox e para o GameCube da Nintendo alguns meses depois.

O desenvolvimento do projeto ficou nas mãos da Traveler’s Tales, que fez muitos games licenciados da Disney nos anos 90 e que hoje trabalha na franquia LEGO.  Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex continuava os eventos da trilogia original e introduzia Crunch Bandicoot, uma versão geneticamente modificada do protagonista.

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Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Para bem ou para mal, a fórmula permaneceu praticamente intacta. Crash era o principal personagem, a Coco era jogável em alguns estágios e as fases tinham a mesma estrutura. É verdade que alguns veículos novos foram incluídos e que Crash ganhava algumas habilidades especiais depois de derrotar alguns chefes, mas é verdade também que a inovação foi mínima.

Crash Nitro Kart - PS2, Xbox e GC (2003)

A Vicarious Visions, que fez essa remasterização de Crash de agora, produziu dois games da franquia para o Game Boy Advanced em 2002 (dos quais a gente fala mais abaixo), e no ano seguinte o estúdio teve a chance de desenvolver um projeto para os consoles daquela geração.

Crash Nitro Kart foi o segundo jogo de corrida de Crash, trazendo dessa vez uma história mais elaborada e três modos: Adventure, Grand Prix e Battle.  Um total de 27 personagens davam as caras, com 16 deles sendo jogáveis. Apesar de não ser particularmente fantástico, Nitro Kart fazia as coisas direitinho e tinha uma bela apresentação gráfica e de som.

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Crash Nitro Kart. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash Twinsanity - PS2 e Xbox (2004)

O quinto game da série principal, também produzido pela Traveler’s Tale, fez com que Crash e o Doutor Cortex se aliassem para enfrentar uma dupla de pássaros mutantes-alienígenas-gênios-gêmeos (?). A aventura é cheia de momentos sem noção e a própria trilha sonora ficou a cargo de um grupo de Acapella, deixando ela às vezes meio parecida com a música dos games Earthworm Jim.

Crash Twinsanity ainda trocou os estágios lineares por quatro mundos com mapas exploráveis, permitiu que o Cortex fosse jogável pela primeira vez e introduziu uma nova personagem jogável chamada Nina. Twinsanity é considerado por muitos o melhor game original do Crash depois da saída da Naughty Dog.

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Crash Twinsanity. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash Tag Team Racing - PS2, Xbox e GC (2005)

Em 2005, a Vivendi, que tinha os direitos sobre Crash, encomendou mais um jogo de corrida do estúdio Radical, que fez Simpsons: Hit & Run. Dessa vez, rolou uma mistura de corrida com plataforma. Para acessar as pistas e pilotar em Crash Tag Team Racing, era preciso antes passar por áreas na linha collectathon.

Mesmo com essa quebra de ritmo, a parte das disputas com veículos eram bem interessantes. Principalmente com uma mecânica que permitia fundir dois carros e atacar os adversários.

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Crash Tag Team Racing. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash of the Titans - PS2, X360, Wii e PSP (2007)

O próximo game da Radical foi numa pegada bem diferente. Crash of the Titans fez um redesign significativo da aparência dos personagens, além de ser muito mais beat’em up do que platformer. Crash ainda pulava e até usa mecânicas diferentes, como planar à la Dixie Kong entre plataformas, mas o foco aqui era no combate.

O personagem até usava mutantes, — os titans — para enfrentar os outros inimigos. Os mojo, que são os principais itens coletáveis do jogo, serviam para fazer upgrades no Crash, melhorando seu ataque giratório, seu HP entre outras coisas.

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Crash of the Titans. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash of the Titans também foi o primeiro game da série principal a incluir um modo cooperativo. É possível revezar com o segundo jogador ou jogar com ele ao mesmo tempo.

Crash: Mind over Mutant - PS2, X360, Wii e PSP (2008)

No ano seguinte, a Radical soltou mais um game, uma continuação direta de Crash of the Titans. A apresentação do game melhorou um pouco com as cutscenes, que contavam com animações de vários estilos diferentes, e as mecânicas de controle dos mutantes também foram refinadas, possibilitando até pular com eles.

Por vários lançamentos seguidos, a recepção da crítica e do público foi morna. A prova disso é que Crash nunca mais ganhou um título original da série principal depois de 2008. Foi inclusive nesse mesmo ano que a Activision adquiriu os direitos da franquia da Vivendi e foi co-publicadora de Crash: Mind over Mutant, sendo responsável por lançar ele na América do Norte.

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Crash: Mind over Mutant. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Portáteis, mobile e hiato

Mas desde que saiu da Sony, a franquia Crash também ganhou vários games menores para consoles portáteis e dispositivos mobile O primeiro foi Crash The Huge Adventure, de 2002, lançado para o Game Boy Advance. Esse aí foi uma sequência alternativa para Wrath of the Cortex, que trazia um gameplay mais linear, em sua maior parte side-scroller.

Em 2003, uma sequência saiu para o GBA com o nome “Crash Bandicoot 2: N-Tranced”. O título introduzia um novo vilão, que se aliava ao Doutor Nefarious, e também oferecia mais variações de fases e mecânicas.

Ainda no Game Boy Advance, em 2004, um crossover de Crash com Spyro, outro grande mascote dos anos 90, aconteceu. Crash Bandicoot Purple: Ripto’s Rampage e Spyro Orange: The Cortex Conspiracy foram dois jogos lançados simultaneamente e mostravam os dois heróis se unindo para derrotar a aliança entre seus principais inimigos.

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Crash Bandicoot 2: N-Tranced. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Com o lançamento do Nintendo DS, a Vivendi delegou ao estúdio Dimps, de Dragon Ball Advance Adventure, uma nova aventura do marsupial maluco. Crash Boom Bang! foi o segundo party game do personagem e o único jogo da franquia até hoje que foi desenvolvido por um estúdio japonês.

Sem contar que vários games da série ganharam versões e derivados nos celulares, como Twinsanity, Crash of Titans e Nitro Kart. Depois disso, a franquia ficou alguns anos no hiato. Crash só foi aparecer de novo em 2016 como um dos personagens de Skylanders: Imaginators.  

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Skylanders: Imaginators. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

Crash Bandicoot N. Sane Trilogy - PS4 (2017) / XOne, Switch e PC (2018)

Felizmente, no ano seguinte, a Vicarious Visions, que já tinha trabalhado em vários projetos menores da franquia, entregou uma coletânea com a amada trilogia original refeita em gráficos atuais e animações de ponta. Além da recauchutada no visual, Crash Bandicoot N. Sane Trilogy tinha o trunfo de trazer os três games mais conhecidos pelo preço de um.

Alguns probleminhas aqui e ali, principalmente ao transportar um level design antigo pra uma engine atual, que transformou as beiradas mais escorregadias e o pular entre plataformas muito mais difícil. Mas o conjunto da obra foi um produto e tanto.

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Crash Bandicoot N. Sane Trilogy. (Fonte: Reprodução/Naughty Dog)

N. Sane Trilogy ficou um ano como exclusivo do PlayStation e vendeu muitíssimo bem, principalmente em seus primeiros meses. Felizmente, para quem joga no PC e nos outros dois consoles, ele acabou chegando pra todo mundo.

Crash Bandicoot 4: It’s About Time – PS4 e XOne (2020) / PS5, XSX|S, Switch e PC (2021)

Depois de anos só com remakes e derivados, Crash voltou à linha principal com um título novo em folha, feito pela Toys for Bob. A história de Crash Bandicoot 4: It’s About Time ignora os eventos pós-Warped e assume a sequência direta da trilogia clássica.

Na trama, Cortex e N. Tropy escapam, rasgam fendas no espaço-tempo e começam a bagunçar o multiverso. Cabe ao Crash e à Coco, com a ajuda das Máscaras Quânticas, colocar tudo nos eixos. It’s About Time acerta na homenagem e no frescor.

O jogo mantém o coração de Crash com saltos milimétricos, humor bobo, chefes inventivos; ao mesmo tempo, arrisca ideias novas que realmente fazem sentido. 

O futuro de Crash Bandicoot

Com todo esse sucesso comercial e de crítica, a franquia não deve parar por aí. Mas eu queria saber, o que vocês gostariam mais de ver a seguir: mais uma remasterização com cara de remake de um game que a gente gosta, como Team Racing ou Twinsanity, ou um game completamente novo de Crash Bandicoot?

Contem pra gente aqui nos comentários e aproveitem pra mandar esse texto e o vídeo acima para aquele seu amigo ou para aquela sua prima que adorava jogar Crash no PlayStation 1. Até a próxima!


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