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Quando Mortal Kombat X chegou ao mercado, o pensamento de muita gente foi o mesmo: “Vou esperar sair a versão definitiva para comprar”. Isso pode ser justificável por muitas coisas: games saem incompletos, com falhas, bugs e diversos problemas. Esse não foi o caso de Mortal Kombat X, que chegou relativamente “saudável” no dia do lançamento oficial. O que vieram depois foram pacotes de atualização com novos personagens e perfumarias extras totalmente opcionais para o seu funcionamento.
E aqui estamos com ele, Mortal Kombat XL, o jogo que reúne o conteúdo do game original, lançado há cerca de um ano, dois pacotes de lutadores, que totalizam nove personagens jogáveis a mais (incluindo Goro), e um monte de novas skins. MKXL traz até mesmo as versões “abrasileiradas” de alguns lutadores.
Como já citado no início, é preciso ser justo: Mortal Kombat X chegou ao mercado ano passado bem redondinho e com muito conteúdo: veio com um modo história completo, a Krypta — onde você gasta suas recompensas e desbloqueia conteúdos extras — e um caminhão de modos de jogo single player e multiplayer online. É claro que o título não estava livre de problemas, mas, diferentemente de outros lançamentos, não era preciso esperar uma “versão definitiva” para se divertir.
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Que fique claro que estou desconsiderando a bagunça que foi a versão PC do jogo e tratando apenas da versão lançada para os consoles. A versão para computadores teve tantos problemas que foi abandonada pela Warner sem dar explicações para os jogadores. O PC não terá Kombat Pack 2 e possivelmente não receberá um novo netcode.
Quem tem o game original precisará comprar MKXL?
Mortal Kombat XL só é recomendado para quem ainda não tem o original ou para quem ainda não comprou nenhum dos itens adicionais e deseja ter acesso aos novos lutadores. Quem quiser continuar jogando com os personagens originais não terá nenhum problema de compatibilidade.
Além de trazer os conteúdos já lançados, o game também chega com uma novidade interessante no online. Quem jogou desde o início sabe que o netcode original funcionava, mas tinha vários problemas de estabilidade, o que prejudicava a jogabilidade. A nova versão foi completamente reformulada, trazendo resultados muito satisfatórios.
O novo netcode é baseado no GGPO, modelo utilizado em diversos outros games de luta, como Street Fighter III - Third Strike e Street Fighter V. Mas calma que eu vou explicar a diferença entre os dois modelos.
O netcode original (chamado de Dynamic Input Latency) funcionava assim: para que um golpe fosse executado pelo lutador, era preciso que as duas instâncias de jogo confirmassem a informação, ou seja, ao pressionar um botão de soco, o comando só era realmente executado quando essa informação retornava. Em conexões perfeitas isso funciona muito bem. Contudo, o mundo real sofre de problemas de instabilidade nas conexões, o que deixava algumas lutas muito lagadas.
O novo modo tenta simular um sistema offline de jogo, ou seja, assim que você aperta o botão, o golpe é disparado, mesmo que a instância de jogo do oponente ainda não tenha recebido o comando. Isso pode render alguns problemas bizarros, como o “teleporte” de lutadores caso aconteçam problemas de estabilidade na conexão. Porém, mostra-se mais eficiente em um jogo de luta em que a precisão dos comandos é primordial.
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E não dá para negar que o online melhorou muito depois do novo sistema. Tendo jogado centenas de partidas desde o lançamento do game original, posso afirmar que agora está bem mais divertido jogar online.
Novos kombatentes para meter medo na galera
Mortal Kombat XL traz quatro novos lutadores para a arena (sete, se considerarmos que Triborg vale por quatro). Bo' Rai Cho é um mestre em artes marciais do Outworld que treinou Kung Lao e muitos outros lutadores do universo de MK. Ele retorna depois de passar um tempo afastado da franquia.
Alien é o alienígena xenomorfo saído dos filmes de terror de mesmo nome, assim como Leatherface, personagem que veio direto da série O Massacre da Serra Elétrica.
O último é Triborg, personagem que representa os quatro ciborgues dos games anteriores: Sektor, Cyrax, Smoke e Cyber Sub-Zero. Cada postura de luta significa um lutador diferente, o que faz desse o personagem mais versátil do game, pois cada uma das variações muda completamente o estilo de jogo.
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Os golpes são totalmente característicos dos personagens: quando Leatherface ataca, ele berra, grita e sacode a motosserra exatamente como nos filmes. Chega a ser perturbador ver o lutador atacando os inimigos da mesma forma que ataca suas vítimas nos filmes.
O destaque de Alien fica por conta de seu Brutality: quem viu os filmes sabe que o monstro cria “híbridos” com espécies de vida diferentes. Em seu golpe final, cada um dos monstros gerados tem a cara da vítima. São filhotes com barba, congelantes, com chapéu e até mesmo com a máscara de Jason. Assustadoramente divertido.
Cenários com surpresa e novidades na dublagem
Quem também retorna é o The Pit, o famoso cenário da “ponte” de onde você pode jogar o inimigo depois da luta. Os Stage Fatalities também estão de volta, incluindo o já citado e vários outros. Funciona como nos jogos anteriores: é só realizar a sequência de botões na hora certa.
Uma das polêmicas envolvendo o lançamento de Mortal Kombat X no Brasil foi a escolha dos dubladores. De uma dubladora, mais especificamente: a cantora Pity foi responsável por dar voz à personagem Cassie Cage. A falta de experiência em dublagem da artista resultou em um trabalho de péssima qualidade, principalmente se comparado com outros lutadores do jogo que vieram com vozes de dubladores profissionais.
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Mortal Kombat XL traz uma nova voz para a lutadora, mas apenas quando ela conversa com os novos kombatentes. O restante das falas (incluindo o modo história) continua como antes, infelizmente. Procuramos a Warner para saber o motivo das duas vozes dentro do jogo e, segundo a empresa, houve conflito de agendas entre o estúdio de gravação e a cantora Pity.
Contudo, é unânime o sentimento de que deveriam ter aproveitado a oportunidade para refazer todas as linhas de diálogo de Cassie Cage e eliminar completamente a anterior.
Vale a pena?
Esse é o melhor momento para se jogar Mortal Kombat X. Com a versão XL, o game recebe finalmente sua versão definitiva, garantindo que não teremos mais pacotes de atualização com novos lutadores. Além disso, o game tem um caminhão de conteúdo tanto para quem joga sozinho, apenas para “fazer final”, quanto para quem joga online.
O novo netcode ainda tem espaço para melhorar, mas já demonstra uma baita evolução em relação ao anterior. Ficando faltando apenas um Cross-Play entre PS4 e Xbox One para ficar perfeito – mas aí também já é pedir demais.
Quem já possui o jogo pode deixar de lado a versão XL que não terá problemas para continuar jogando, e isso certamente é um alívio para quem pensava que iriam ser dois jogos diferentes. Além disso, o novo netcode chegou como atualização gratuita para os jogadores de MKX, não sendo exclusivo de MKXL.
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Mortal Kombat XL pega o que já era um jogo muito bom, consegue aparar as arestas e corrigir pequenos problemas que incomodavam desde o lançamento, incluindo a falta de Stage Fatalities e até o equilíbrio entre alguns lutadores.
A recomendação de compra vai para quem ainda não tem o game original, já que é possível comprar somente o “pacote de atualização XL” para MKX ou os pacotes de lutadores separadamente. Quem tem o original, nunca comprou nenhum conteúdo extra e não se importa com os novos lutadores pode deixar a expansão de lado, já que o novo netcode virá de qualquer forma.
Quem esperou para comprar a versão definitiva do game pode aproveitar a oportunidade sem medo: agora é o melhor momento para jogar Mortal Kombat X desde o lançamento do jogo.
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