Sucesso absoluto entre os blogueiros no início dos anos 2000, o Blogger foi uma das primeiras aquisições da Google, comprado há mais de dez anos, em 2003. Sem grandes revoluções no serviço desde então, a empresa causou comoção na comunidade de postagens adultas ao anunciar não novos recursos, mas, sim, uma mudança em sua política de regras. A Gigante das Buscas resolveu banir de vez qualquer conteúdo sexualmente explícito ou de nudez – seja em imagem ou vídeo – na rede de blogs a partir do dia 23 de março.
De acordo com o comunicado enviado por email para os clientes do serviço, quando a medida tiver efeito, não será tolerada nenhuma postagem que fira as novas diretrizes do Blogger. As exceções à regra seriam imagens ou ilustrações de nudez que sirvam propósitos educacionais, científicos ou artísticos – algo que por si só já é bastante subjetivo. O que vem enfurecendo os usuários mais antigos é que a medida não deve afetar apenas novas postagens, mas, sim, qualquer material já disponível atualmente ou arquivado nas páginas.
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Assim, antes do fim de março, os clientes da plataforma devem remover qualquer publicação que contenha o conteúdo “censurado” atualmente pela Google. Caso o blog contenha uma única imagem que vá contra as regras, por exemplo, todo o site será configurado automaticamente como privado, ficando visível apenas para seu criador, para administradores e colaboradores da postagem. As regras vigentes até o momento permitem que páginas marcadas como “Adultas” possam reproduzir o conteúdo livremente – dentro dos limites legais.
O cerco aperta, os usuários migram
A mudança deve tornar difícil a vida de blogs que estão ativos há mais de uma década e têm milhares de posts – sem saber se sairão do ar. Esse aspecto deve dificultar até o trabalho de quem quer catalogar esse material antes que seja tarde demais, como é o caso de Jason Scott, do Internet Archive. Ele comentou no Twitter que a equipe do site pretende fazer um backup do material, mas não tem certeza do que a Google vai marcar como impróprio.
Não é a primeira vez que um serviço popular muda as regras para limpar sua biblioteca de conteúdo explícito, com um dos mais recentes tendo sido o Vine, no início do ano passado. A tendência é que a empresa perca um certo número de usuários com a decisão, já que a solução para muitos deles será exportar o conteúdo de suas páginas e migrar para outras plataformas mais amigáveis ao tema, como o WordPress ou o Tumblr.
Esse último é o paraíso de quem compartilha arquivos pornográficos, e mesmo tendo sido adquirido pelo Yahoo! em 2013, não há previsão de mudança de suas políticas – pelo menos até o momento. Se serve de consolo, a CEO da companhia, Marissa Meyer, prometeu não “detonar” o serviço depois da aquisição de US$ 1,1 bilhão – embora não se saiba exatamente a qual aspecto ela estava se referindo.
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