A GeForce GTX 780 chegou em meados de 2013 para ocupar o segundo lugar na hierarquia de GPUs da NVIDIA. De lá pra cá, uma série de fabricantes apresentou modelos personalizados dessas placas de vídeo.
A vantagem disso é que os engenheiros das empresas podem criar soluções completas em torno do chip. Mesmo que a GPU seja a mesma de outros modelos, a arquitetura da placa de vídeo faz com que ela se comporte de maneiras distintas, sempre em busca do melhor desempenho.
A Galaxy é uma dessas empresas, e a placa que nós vamos testar é a GeForce GTX 780 Hall of Fame. Um produto diferenciado que chega com algumas vantagens importantes em relação à concorrência. A fabricante afirma que o modelo está entre as GTX 780 mais velozes já lançadas. Será que isso é verdade?
Especificações
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Embalagem
Dentro de uma embalagem relativamente simples, nós encontramos uma série de acessórios relativamente comuns: um manual de instruções, alguns adaptadores para cabo de força, adaptador DVI para VGA, CD com drivers e um aviso de porta. A placa fica acomodada em um berço de isopor antiestático, protegida contra impactos.
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Design e sistema de refrigeração
A maioria dos fabricantes emprega tecnologias próprias no desenvolvimento de suas placas de vídeo. Enquanto o chip é o mesmo em todas elas, o que está em torno dele é quase sempre diferente. E a Galaxy investiu bastante nesse aspecto, criando uma placa de vídeo com um visual muito bom e, além de tudo, eficiente.
O principal destaque visual pode ser percebido logo de cara: a PCB é inteiramente construída na cor branca, fugindo bastante do padrão tradicional preto ou verde aos quais estamos acostumados nas placas de vídeo.
Galeria 1
Na prática, você pode imaginar que o efeito é puramente estético, mas não é apenas isso. A equipe da Galaxy desenhou os circuitos de um modo destinado a aproveitar melhor as conexões entre os componentes eletrônicos entre as 10 camadas diferentes do PCB. Tudo foi feito para garantir a máxima eficiência.
Na parte de cima da placa, é possível ver dois detalhes bem legais: um painel iluminado acende para mostrar o selo “Hall of Fame” e os tubos metálicos (heat pipes) que saem da câmara de vapor e vão até as extremidades do dissipador de calor.
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Tudo isso combina com a parte da carcaça que cobre os dois coolers. As peças são cheias de detalhes e o conjunto possui um visual excelente. Quando você olha para essa placa de vídeo, logo percebe que não se trata de uma peça tradicional.
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Essa placa de vídeo trabalha com uma frequência maior que outros modelos, e isso requer um sistema de refrigeração mais robusto para dar conta de tudo; foi justamente o que a Galaxy fez.
Os dois coolers de 90 mm posicionados na parte superior cobrem a maior parte do dissipador de calor, que é quase do tamanho da placa de vídeo. A desvantagem do tamanho avantajado das peças é o espaço que tudo ocupa no gabinete: é necessário utilizar três slots para acomodar a GeForce GTX 780 dentro do PC.
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A vantagem é que o sistema é eficiente e mantém a placa com uma temperatura relativamente estável; e tudo isso sem fazer muito barulho. É claro, desde que você não acione o modo Hyper Boost. Esse modo de funcionamento pode ser ativado através de um botão físico localizado no painel de conexões da placa.
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Nesse painel também temos duas saídas DVI, uma HDMI e uma DisplayPort, além do botão já citado anteriormente. Essa peça, inclusive, será um incômodo na hora de encaixar a placa de vídeo no gabinete. Sua posição é muito alta e isso dificulta o encaixe da placa de vídeo.
A parte de trás da placa de vídeo é coberta com uma chapa metálica que possui duas funções: dissipar melhor o calor dos componentes e garantir um pouco mais de proteção ao conjunto.
Kepler GK110
O chip utilizado nessa placa é o GK110, o mesmo das placas de vídeo mais poderosas da NVIDIA. Quando analisamos a GeForce GTX 780 de referência, fornecida pela própria NVIDIA, já falamos sobre ele, mas sempre é bom relembrar.
A NVIDIA não desenvolve GPUs apenas para jogos. Com o avanço da tecnologia, tornou-se possível incorporar os aceleradores da companhia em máquinas que trabalham em diversos setores, como medicina, engenharia e ciência. Essas áreas demandam computadores poderosos e capazes de resolver problemas com eficiência.
É aí que entra o Kepler GK110. O modelo oferece um alto poder de processamento de dados através de uma nova tecnologia de processamento paralelo. O chip é construído com 7,1 bilhões de transistores, fazendo dele um dos microprocessadores mais complexos já construídos. Não é à toa que o GK110 foi o modelo escolhido para compor os aceleradores Tesla K20X, aqueles utilizados no Titan — o computador mais poderoso do mundo.
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Uma das principais vantagens do Kepler em relação ao Fermi, da geração anterior, é a capacidade de processamento por watt, que é três vezes maior, resultando em mais desempenho com menos consumo.
Os recursos oferecidos pelo GK110 são vastos:
- Dynamic Parallelism: o paralelismo dinâmico permite que a GPU designe trabalho para si mesma, sincronizando os resultados e controlando os processos de forma inteligente, tudo sem precisar recorrer à CPU em nenhum momento. Desse modo, os desenvolvedores podem criar diversas rotinas de trabalho paralelo que podem rodar inteiramente pela GPU, deixado a CPU livre para outras tarefas mais importantes;
- Hyper-Q: o Hyper-Q permite que os múltiplos núcleos de uma CPU possam conversar com apenas uma GPU ao mesmo tempo, reduzindo significativamente o tempo ocioso do processador e, consequentemente, aumentado o desempenho do sistema como um todo por aproveitar melhor a GPU;
- Grid Management Unit: o GMU, ou Unidade de Gestão da Grade, pode ajudar a GPU a equilibrar melhor rotinas de trabalho, como o paralelismo dinâmico. O GMU é que define o trabalho da GPU, organizando as grades de processos para que eles sejam executados de forma mais eficiente;
- NVIDIA GPUDirect: o GPUDirect permite que diferentes GPUs em uma única máquina ou GPUs localizadas em uma mesma rede troquem dados diretamente, sem a necessidade de recorrer à CPU ou à memória principal do sistema.
O Kepler GK110 foi desenvolvido para incorporar os aceleradores Tesla, portanto o objetivo da NVIDIA ao desenvolver o modelo foi criar o microprocessador de processamento paralelo mais poderoso do mundo.
GeForce GTX 780 Hall of Fame
O GK110 que movimenta a GeForce GTX 780 HOF possui 12 unidades SMX com 192 TMUs cada, o que significa que ela possui 2.304 núcleos CUDA. Além disso, a GPU ainda trabalha com uma frequência-base de 1.006 MHz (1.058 MHz em modo turbo).
Apesar de a quantidade de processadores gráficos ser a mesma, essa placa trabalha com uma frequência mais alta que o modelo de referência. Esse é um dos clocks mais altos que existem entre as placas da série GTX 780, e tudo isso com um cooler tradicional a ar.
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A GTX 780 HOF também possui 3 GB de memória rodando com uma interface de 384-bits e um clock de 6 GHz. Isso garante uma taxa de transferência de até 288 GB por segundo.
Essa placa de vídeo também possui suporte para até quatro monitores e pode trabalhar com uma resolução de 4096x2160 pixels. O suporte a todas as tecnologias próprias da NVIDIA também está presente nesse modelo.
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Para que a GPU possa funcionar adequadamente, é preciso garantir que o fornecimento de energia seja perfeito, e nessa placa isso é gerenciado através do chip IR3550 PowIRstage, que substitui os múltiplos MOSFETs e pode fornecer uma corrente de até 60 A com até 90% de eficiência. Ao todo, a Galaxy GTX 780 HOF é capaz de entregar 480 A de corrente para a GPU.
Outro componente importante é o PWM digital CHiL CHL8318, que gerencia 8 + 2 fases e é construído para garantir todo o fornecimento de energia que a placa precisa. Ele também pode gerenciar overclocks com eficiência e sem a necessidade de equipamentos externos.
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Os demais componentes da placa seguem o mesmo padrão de qualidade, como os capacitores POSCAP, que possuem até 2x mais durabilidade que modelos convencionais. Além disso, os 10 indutores Coiltronics são desenvolvidos para fornecer até 70 A de corrente a uma temperatura de 125 °C.
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Recursos NVIDIA
Essa placa de vídeo também possui todos os recursos exclusivos desenvolvidos pela NVIDIA. Entre eles está o PhysX, um sistema que realiza os cálculos de física para trazer aos jogos efeitos mais realistas. Roupas, partículas e iluminação podem ficar muito mais detalhadas com o PhysX ativado.
Junto dele estão recursos avançados de anti aliasing, como o FXAA e o TXAA, capazes de garantir uma ótima qualidade visual sem comprometer muito o desempenho do sistema como um todo. O Adaptive V-Sync sincroniza as imagens com a frequência da tela para garantir a fluidez nas animações sempre que a placa tem poder de sobra. O efeito é ativado e desativado em tempo real para garantir um bom equilíbrio entre desempenho e qualidade visual.
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O GPU Boost é uma tecnologia que pode aumentar o clock do processador gráfico em tempo real oferecendo mais poder de fogo enquanto a temperatura máxima do chip não for atingida.
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Testes de desempenho
Para conhecer todo o poder da placa de vídeo, realizamos uma série de testes práticos com ela. As configurações de vídeo foram mantidas no modo-padrão, com exceção do V-Sync, que foi desativado. Os testes são divididos em três etapas diferentes: jogos, benchmarks sintéticos e poder computacional.
Máquina de testes
- CPU: Intel Core i7-3930K @ 3.800 MHz;
- Placa-mãe: EVGA X79 SLI;
- Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2333;
- SSD: Kingston HyperX 3K 480 GB;
- HD: 3 TB Seagate ST3000M001;
- Fonte: Corsair AX860i.
Jogos
Batman: Arkham Origins
Batman: Arkham Origins utiliza uma versão modificada da Unreal Engine 3 e DirectX 11 aliados a diversos efeitos especiais para garantir o visual. O game também aproveita o PhysX da NVIDIA para trazer recursos de física mais realistas.
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Battlefield 4
Battlefield 4 utiliza a nova engine Frostbite 3 para trazer efeitos especiais e ambientes maiores e mais detalhados, incluindo muitas partículas, texturas de alta resolução e tessellation. Tudo isso através do DirectX 11.
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BioShock Infinite
O terceiro BioShock utiliza uma versão altamente modificada da Unreal Engine 3 e foi refeito completamente do zero para garantir uma ótima experiência visual. O mundo do jogo é grande e repleto de efeitos visuais.
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Crysis 3
O motor de Crysis 3 é o CryEngine 3, que desta vez apresenta uma série de novos recursos gráficos, incluindo fumaça e luz volumétricas e vegetação e tecidos dinâmicos, além de texturas em altíssima resolução. Para que tudo isso seja possível, o game roda exclusivamente com o DirectX 11.
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GRID 2
GRID 2 utiliza a engine EGO 3.0, desenvolvida pela Codemasters e presente em diversos games de corrida da desenvolvedora. O jogo apresenta efeitos visuais impressionantes, incluindo batidas, efeitos de fumaça, luz e sombras.
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Metro: Last Light
Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é compatível com o PhysX, da NVIDIA.
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Total War: Rome 2
Total War: Rome 2 é um game de estratégia que coloca centenas de personagens simultaneamente no mesmo campo de batalha: cenários enormes e repletos de detalhes, como rios, pedras e vegetação, precisam de uma máquina potente para serem renderizados com perfeição.
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Tomb Raider
O reboot da série chegou com diversas novidades em relação aos games anteriores. O mundo aberto possui muitos lugares para serem explorados, e o título trabalha com texturas em alta definição e o recurso TressFX, que garante à protagonista do jogo cabelos incrivelmente detalhados.
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Sintéticos
3DMark
O 3D Mark é, talvez, o mais conhecido software de benchmark do mercado. No mundo todo, pessoas utilizam esse software para medir o desempenho de suas máquinas. A versão que utilizamos é dividida em três categorias, e cada uma delas apresenta um nível de complexidade diferente.
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Valley Benchmark
O Valley Benchmark utiliza a Unigine para testar os limites do hardware. O software mostra uma região montanhosa com uma enorme quantidade de árvores e plantas de variadas espécies em um terreno de 64 milhões de metros quadrados. O Valley também exibe efeitos de luz e variações climáticas, colocando o poder das placas de vídeo à prova.
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Heaven Benchmark
O Heaven Benchmark foi desenvolvido para explorar todos os recursos das placas de vídeo, testando os limites do hardware em situações específicas. O teste é baseado no motor gráfico Unigine e utiliza o que há de mais moderno em sistema de iluminação, física e Tessellation para determinar o poder da placa de vídeo.
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Computacional
Civilization 5
Civilization 5 oferece uma ferramenta de benchmarks que utiliza o DirectCompute para calcular a taxa de descompressão das texturas do jogo. Quanto mais quadros por segundo o teste apresentar, melhor é a GPU.
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Folding @ Home
O FAHBench é um benchmark que simula os cálculos do Folding @ Home, a iniciativa de pesquisa em conjunto via internet que tem o objetivo de auxiliar na descoberta de cura para doenças como Alzheimer e Parkinson. O aplicativo utiliza o OpenCL para calcular os dados.
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Luxmark 2.0
O Luxmark pertence à suíte gráfica LuxRender. O que esse teste faz é simular uma série de efeitos de Ray tracing através da linguagem OpenCL.
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Temperatura
Na medição de temperatura, tivemos uma ótima surpresa. O sistema de refrigeração dessa placa é muito eficiente e é capaz de dissipar o calor com facilidade. Mesmo com o cooler em modo de funcionamento normal, os resultados não chegaram aos 80 °C. Com o modo turbo ativado, a temperatura manteve-se abaixo dos 70 °C — característica raríssima em placas de vídeo dessa categoria que trabalham com médias mais altas de calor.
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Vale a pena?
O mercado está repleto de modelos de GTX 780 diferentes e escolher entre eles é uma tarefa que deve ser feita com calma. A Galaxy sai na frente de outros modelos por trazer uma arquitetura bem caprichada que conta com componentes de qualidade. Prontos para funcionar até mesmo em situações de stress.
A diferença de desempenho desse para outros modelos é considerável, principalmente se as placas estiverem na mesma faixa de preço. Ela apresentou resultados próximos de outras placas de vídeo mais potentes, como a GeForce GTX 780 Ti, o que se mostra uma vantagem bastante interessante.
Visualmente falando, essa GPU também é muito bonita, e a única desvantagem do design é o tamanho: não é todo mundo que pode sacrificar três slots dentro do gabinete para uma única placa de vídeo.
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A parte boa é que esse espaço não é ocupado à toa. O sistema de refrigeração consegue dar conta do recado e ainda mantém a temperatura estável mesmo com clocks mais altos que o padrão.
No final das contas essa placa de vídeo é um ótimo investimento, mesmo que custe um pouco mais caro que outras GTX 780 disponíveis no mercado. Lá fora ela pode ser encontrada por US$ 540, poucos dólares a mais que placas de vídeo similares. O único problema vai ser encontrar o modelo à venda, já que em muitas lojas ele se encontra esgotado.
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