O Ever Given, navio cargueiro que bloqueou o Canal de Suez na última semana desencalhou por volta das 10h30, desta segunda-feira (29). O meganavio bloqueou a passagem, que é a principal ligação marítima da Europa com a Ásia, por seis dias.
A Autoridade do Canal de Suez já havia afirmado de manhã que a navegação do Ever Given seria retomada ainda hoje e que o navio seria encaminhado para uma inspeção técnica. O responsável pela administração do canal afirmou que o procedimento é padrão e que o navio não apresenta danos.
— Raf Sanchez (@rafsanchez) March 29, 2021BREAKING: the ship is really moving now and horns are blaring in what sounds like celebration.
The stern has swung away from us and it looks like it’s really facing the right way now after hours of being jackknifed across the channel. pic.twitter.com/gTuvqWO5ta
A operação para desencalhar o navio começou logo cedo, quando o navio foi movido de quatro para 104 metros da margem. A maré alta seria essencial para terminar as manobras, já que ajudaria a posicionar o navio no meio da hidrovia navegável “naturalmente”.
Até o momento, há mais de 400 embarcações à espera para passar pela região. No entanto, o presidente da Autoridade do Canal de Suez, Osama Rabie, afirma que serão necessários pelo menos três dias para que todos os navios consigam atravessar o canal após a liberação. Já a Maersk, maior empresa de transporte de contêineres do mundo, acredita que o prazo pode levar mais de seis dias para que todos passem.
Foto desta manhã, quando o navio já estava sendo movido (Planet Labs/Reprodução)
Relembre o caso
O navio encalhou na manhã da última terça-feira (23) após a chegada de uma forte tempestade de areia, que impossibilitou a visão. Com 400 metros de comprimento, 220 mil toneladas e parado na diagonal, o cargueiro bloqueou a passagem de umas das rotas mais movimentadas do mundo. Estima-se que passam cerca de 12% de todo o comércio global na região.
Segundo empresas especializadas em comércio marítimo, as perdas econômicas resultantes do ocorrido passam de R$ 300 bilhões. O canal oferece o caminho mais curto entre os dois continentes e o outro caminho alternativo aumentaria o trajeto em pelo menos duas semanas.