Talvez você já tenha ouvido falar de OKRs como um caminho para o planejamento de organizações e iniciativas pelo mundo. Essa metodologia de gestão faz uma ótima ponte entre a estratégia e a execução em organizações de diferentes perfis, além de alinhar esforços e prioridades do time para o alcance de objetivos compartilhados.
OKR é a sigla em inglês para Objectives and Key Results, traduzido para Objetivos e Resultados - Chave. Assim como o nome sugere, a metodologia consiste em gestão por objetivos claros e mensuráveis, que contam por sua vez com indicadores, majoritariamente quantitativos, que confirmam o atingimento dos mesmos.
Se você não conhece OKRs, talvez pense "ah, mais uma metodologia de planejamento". Sim, e não; porque embora os OKRs estejam atrelados a uma lógica de planejamento, ele é realmente diferente dos modelos anteriores, desafia nosso modelo mental de planejamento e os paradigmas disso a longo prazo. Em épocas de volatilidade e altíssima concorrência, não faz mais sentido projetarmos nossos negócios para 10, 15, 20 anos, certo?
Precisamos nos reeducar em agilidade mental para reformulamos planos e projetos, de curto e médio prazo, mantendo o valor agregado aos nossos clientes, colaboradores e acionistas, de modo sustentável.
Assim, o grande ativo das OKRs é também seu maior desafio: “Alguns poucos objetivos extremamente bem escolhidos transmitem uma mensagem clara ao que dizemos ‘sim’ e ao que dizemos ‘não’” — Andy Grove, ex-CEO da Intel.
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Importância de ter bons OKRs para o time
Direcionamento com Alinhamento
Com os OKRs, o time rema para a mesma direção. A metodologia traz clareza de quais são os objetivos da empresa e suas prioridades no momento, além do que está sendo feito para chegar lá. Com alinhamento e direcionamento, abrimos espaço para desenvolvimento da autonomia das pessoas do time e, como todos conseguem ver o que está acontecendo, reforçamos a cultura da transparência, que acaba por gerar ainda mais engajamento.
O microgerenciamento, muito praticado pelas culturas de trabalho tradicionais, não têm espaço nos OKRs porque a metodologia requer um ambiente de autonomia e confiança:
“Há muito conteúdo confidencial que precisa ser escondido, e isso cobra um preço psicológico às pessoas: estresse, ansiedade, depressão, solidão, baixa autoestima (...). Quando você concede aos funcionários da base de hierarquia acesso a informações que em geral são reservadas aos executivos de alto nível, eles realizam mais tarefas por conta própria. Eles trabalham mais rápido sem parar para pedir informações e aprovações. Eles tomam melhores decisões sem precisarem de indicações superiores”, revela o Reed Hastings, CEO da Netflix.
Promove o foco em resultado
Nos OKRs, somos obrigados a separar tarefas de resultados. Onde devemos focar ou o que precisamos fazer de fato para atingir o resultado X? Essa pergunta ajuda o time a riscar da lista diversas tarefas que estão lá sem sabermos o impacto que gera ao negócio.
A metodologia traz transparência para o time e conta com acompanhamento e revisões recorrentes, ajudando a evitar distrações e olhar para o que não vai dar resultado. Na DeÔnibus, o foco em resultado é uma competência muito valorizada, porém a que precisava de mais desenvolvimento dentro do nosso código de Cultura, um dos fatores que têm ajudado muito nisso foi o início do trabalho com OKRs.
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“Avaliar o que importa” sob essa premissa começa com a pergunta: “Qual é a coisa mais importante para nós para os próximos três (seis, ou doze) meses?”. O segredo deste elemento é definir metas de baixo para cima na hierarquia da empresa, de modo que equipes e colaboradores possam criar aproximadamente metade de seus próprios OKRs — em consulta com seus gestores — aumentando engajamento e motivação.
No dia a dia, tudo parece importante. Tudo parece urgente. Mas “o que realmente precisa ser feito?”. O processo de construção das OKRs engrandece esse debate, com soluções incríveis e, principalmente, factíveis.
Em tempos que em tudo é importante o urgente, as OKRs são uma excelente ferramenta para auxiliar no motivação e engajamento dos times.
Auxilia na motivação e engajamento
Como comentamos no artigo "Como reter talentos em um mercado de tecnologia aquecido", a clareza das metas, participação na construção das mesmas e transparência dos resultados ajuda o time a engajar com elas e se motivar a alcançá-las, se desenvolvendo no processo.
A metodologia traz a flexibilidade que um mundo incerto exige e a colaboração que uma equipe precisa para trabalhar unida para atingir certos resultados. Em um estudo na Califórnia, colaboradores que registraram suas metas e enviaram relatórios de progresso semanais para um colega atingiram 43% mais de seus objetivos do que aquelas que simplesmente pensaram nas metas, mas não compartilharam com ninguém.
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Para gerar melhores resultados, os OKRs costumam ser examinados várias vezes por trimestre pelos colaboradores e seus gestores. O progresso é relatado, os obstáculos são identificados e os resultados-chave são refinados.
O maior e mais simples motivador é o progresso, a evidência de evolução, desenvolvimento e aprendizado: os dias em que as pessoas progridem são aqueles em que se sentem mais motivadas e engajadas.
Algumas perguntas que podem te ajudar na auto reflexão de progresso:
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Eu cumpri todos os meus objetivos? Se sim, o que contribuiu para o meu sucesso?
Se não, quais obstáculos encontrei?
Se eu pudesse reescrever uma meta alcançada na íntegra, o que mudaria?
Qual aprendizagem tive, capaz de alterar a minha abordagem para os OKR’s do próximo ciclo?
Promove aprendizado
Além de ajudar os times a perseguirem resultados extraordinários, as OKRs potencializam os aprendizados, individual e coletivamente. Não existe erro ou punição. Existe descoberta de dados e incremento para melhoria até o próximo ciclo, afinal, a metodologia está focada em rituais usualmente trimestrais, com check-ins semanais de até 30 minutos.
Com as OKRs, o maior risco de todos é não assumir riscos: objetivos conservadores impedem a inovação, e já sabemos o que acontece com empresas que não inovam! Os KRs (resultados-chave) de um OKR bem elaborado nos empurra para muito além da nossa zona de conforto.
Estabelecer metas desafiadoras específicas é um meio de aumentar o interesse pelas tarefas e de ajudar as pessoas a descobrirem os aspectos prazerosos de uma atividade. Ou seja, quanto mais difíceis são as metas, maior será o nível de desempenho de cada um na equipe, porque testar nossos limites e garantir a liberdade de fracassar, libertam as capacidades mais criativas e ambiciosas.
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