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Cambridge Analytca: Zuckerberg e executivos da Meta podem ser condenados a pagar US$ 8 bilhões

Investidores da Meta querem que a empresa seja ressarcida pelas multas relacionadas ao escândalo que veio à tona em 2018.

Avatar do(a) autor(a): André Luiz Dias Gonçalves

14/07/2025, às 16:30

Mark Zuckerberg deve comparecer ao tribunal esta semana, nos Estados Unidos, para depor em um julgamento do caso Cambridge Analytica, de 2018, em que o Facebook é acusado de coletar dados de usuários sem consentimento. O CEO da Meta e outros executivos da empresa podem ter que pagar US$ 8 bilhões, se condenados.

Aberta por acionistas da Meta, a ação equivalente a mais de R$ 44 bilhões, pela cotação atual, e também inclui atuais e antigos líderes da big tech como réus. O julgamento está previsto para começar na quarta-feira (16) em um tribunal de Wilmington, no estado de Delaware.

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O julgamento dos executivos da Meta tem previsão de durar oito dias em Delaware. (Imagem: Getty Images)

Qual é a acusação contra os executivos da Meta?

Como relata a Reuters, os investidores alegam que os responsáveis pela controladora do Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp violaram um acordo feito em 2012 com a Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) para proteger os dados dos usuários. Isso fez a organização sofrer várias punições e multas.

  • Uma delas aconteceu em 2019, quando a gigante da tecnologia foi condenada pela FTC a pagar US$ 5 bilhões (R$ 27,8 bilhões) por não cumprir o acordo;
  • Os acionistas pedem que Zuckerberg e os demais executivos do período sejam obrigados a reembolsar a Meta pelas multas e outros custos relacionados ao caso;
  • A ex-diretora de operações da companhia, Sheryl Sandberg, e o membro do conselho Marc Andreessen, estão entre os réus;
  • No processo, também são citados os ex-membros do conselho Peter Thiel e Reed Hastings — este último é cofundador da Netflix.

Em documentos judiciais, os executivos contestaram as acusações feitas pelos investidores, tratando-as como “alegações extremas”. Há dois anos, eles tentaram arquivar o caso, mas a justiça negou o pedido, afirmando que o processo envolve “supostas irregularidades em uma escala verdadeiramente colossal”.

O grupo, principalmente Zuckerberg e Sandberg, teria agido de forma consciente para que a empresa violasse a lei, segundo a ação, ao permitir que a consultoria política coletasse os dados indevidamente. As informações foram utilizadas na criação de propaganda personalizada para a campanha de Donald Trump à Casa Branca em 2016.

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O escândalo Cambridge Analytica envolveu a coleta de dados de usuários do Facebook sem consentimento. (Imagem: Getty Images)

Há provas suficientes?

Na próxima etapa, os autores da ação deverão provar a suposta falha dos executivos da Meta no dever de supervisionar o cumprimento do acordo. Os réus acreditam que os investidores não tenham evidências para condená-los, mas os demandantes afirmaram, em documentos pré-julgamento, que irão apresentá-las no tribunal.

A privacidade não é o único quesito citado na ação. Zuckerberg também é acusado de ter sido motivado a vender ações quando notou que o escândalo Cambridge Analytica viria à tona. Com essa movimentação, o CEO lucrou pelo menos US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões).

Em sua defesa, o bilionário afirmou, anteriormente, ter usado um plano de negociação de ações que protege contra alegações de informações privilegiadas. Além disso, a renda teria sido direcionada às suas atividades de filantropia.

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Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.