Grandes empresas de tecnologia pararam de revelar oficialmente detalhes sobre as políticas de diversidade em contratações feitas nos Estados Unidos. A informação é da Wired, que obteve informações sobre as ações de Google, Microsoft e Meta.
De acordo com a reportagem, o trio mudou nos últimos meses o que era feito anteriormente em relação à transparência no setor. A partir de agora, relatórios de transparência que informam a respeito da atuação da marca nesse campo não serão divulgados e nem formalizados junto ao governo.
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Esses documentos, normalmente publicados em frequência anual, podem ser revelados ao público e investidores. Além disso, o costume era de que essas companhias enviassem o relatório para comissões federais especializadas em fiscalizar o mercado do trabalho contra políticas discriminatórias.
O conteúdo desses arquivos normalmente inclui a proporção de contratações em relação à diversidade dos novos funcionários — como pessoas de diferentes etnias ou nacionalidades e gênero, entre outros indicadores — e quais as políticas de igualdade promovidas no ambiente de trabalho.
Há exceções pontuais no mercado: ainda segundo a reportagem original, Amazon e Apple (que só manteve a política de diversidade após uma votação dos acionistas) seguirão divulgando os relatórios normalmente.
A saga do governo Trump contra a diversidade
A ação das empresas de tecnologia em reduzir a transparência e até os programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) é vista como uma forma de companhias não desagradarem o governo de Donald Trump.
- O atual presidente dos EUA critica políticas de DEI e afirma até mesmo que elas seriam responsáveis pela piora de serviços e produtos no país;
- Logo após a posse, companhias como Meta e Amazon encerraram de forma voluntária programas de diversidade e inclusão nos EUA;
- Antes conhecida como um exemplo positivo e há uma década divulgando relatórios e promovendo políticas nessa área, a Google também encerrou contratações baseadas em DEI;
Por meio de um porta-voz, a Microsoft diz que o relatório foi trocado por formatos "mais dinâmicos e acessíveis" e que a ausência da informação não significa que "a missão e o comprometimento com cultura e valores" mudaram. A Meta somente confirmou que não haverá um relatório diversidade neste ano, sem maiores detalhes.
A Google foi a única empresa que não respondeu aos pedidos de comentários da Wired, mas funcionários que permaneceram anônimos confirmaram que "não há planos" para divulgar essas informações em 2025.
As fontes citaram ainda que várias pessoas que trabalhavam nessa área "saíram da companhia ou foram direcionados para novas prioridades" neste ano. Um sindicato de trabalhadores da Alphabet, dona da Google, reclamou da decisão e acusa a marca de omitir dados para fazer um aceno ao governo Trump.
O presidente dos EUA disse recentemente que os melhores chips da Nvidia para IA serão exclusivos do país. Entenda melhor o assunto nesta matéria!
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